28 agosto, 2005

Festa do emigrante

Não sendo os cidadãos do Porto, nos últimos anos, muito dados à emigração para outros países, estranho, que a Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto (FDSP), volte este ano a organizar uma festividade em honra dos emigrantes, uma vez que não serão muitos os que nesta altura se encontrem por cá a gozar a beleza da cidade e seus arredores.

Mas o que é certo, é que a festa se fez, e que muita gente estava presente, o que pelo menos faz com que o evento tenha sido gozado e apreciado por muitos populares, que gratuitamente assistiram a um desfile de animadores que lhes alegrou certamente a vida difícil que vão enfrentando no seu constante e diário labutar.

Poderá dizer-se que se deu ao povo o que o povo gosta de ver, e sendo assim, fica tudo muito contente, e ala, que para o ano há mais.

Mas espera-se mais da FDSP, ou não fosse ela uma instituição de desenvolvimento social, em vez de ser para a estagnação cultural.

Isto a propósito dum programa de festas, em que o essencial era a presença de artistas de fraca qualidade, encimadas por uma vedeta brasileira que nada tem a ver com a emigração portuguesa, e que teve também a participação de dois comunicadores por excelência, esses sim, que dedicam muito do seu tempo à nossa comunidade emigrante, graças a um programa diário da RTP 1.

Haverá quem diga que é isso que o povo precisa, mas que tristeza é fazer a comparação desta festa do emigrante, com outra efectuada durante quatro dias deste mês, em Castro Laboreiro e Lamas de Mouro, e que teve muito mais gente do que esta.

Veja-se o programa:

- Feira de produtos regionais que durou de 12 a 15;
- Astrofesta 2005 - Lamas de Mouro - encontro de amadores de astronomia;
- 3º Colóquio/Debate e Concurso Tradicional do Cão de Castro Laboreiro
Lamas de Mouro dia 14
Castro Laboreiro dia 15;
- Exposição de pintura a óleo sobre tela,
"A Lua no Gerês do Pólen"
de Paulo Dacosta (A Lua) e Manuel António (Pólen) - Lamas de Mouro de 1 a 15;
- IV Congresso de História Local - Castro Laboreiro - dia 13
onde para além de temas de interesse para o conhecimento da história da região, foi apresentado o livro " O Pegureiro e o Lobo";
- Serão Temático - Lamas de Mouro - dia 14
onde foram apresentadas duas propostas de interpretação histórica, uma sobre os Templários, e outra sobre as Ordens Militares e Religiosas em Portugal;
Rally Paper;
Animação com música regional e danças folclóricas, etc.

E para isto não teve necessidade de uma Fundação com vultuosos meios, dando à população ensejo de se cultivar e divertir ao mesmo tempo, numa iniciativa que muitos fariam bem em copiar, e que é fruto da carolice de quem gosta da terra que os viu nascer.

Haja vontade e tudo se pode harmonizar.

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