Que os pequenos políticos se entretenham na arte do insulto, quer porque lhe faltem ideias, argumentos ou até o dom de palavra, não é coisa que me admire muito, pois num país de analfabetos e iletrados, os políticos terão obrigatóriamente de reflectir a sociedade a que pertencem, mas que os nossos homens da ciência e das letras o façam em artigos de jornais, em entrevistas na rádio ou na televisão, já me parece mais grave.
Ora, todo este arrazoado vem a propósito de um artiguinho, que o Vasco da Graça Moura (VGM), hoje escreve no DN sob o título Mais de duas vezes .
Para além de elaborar uma curiosa tese sobre as palavras do António Costa (AC), e concluir que na Língua Portuguesa a expressão mais de duas vezes obrigatóriamente quererá dizer menos de quatro vezes, VGM, parte daí para em prosa verrinosamente satírica se atirar como gato a bofes ao primeiro-ministro e ao dito (AC) e aos socialistas em geral!
De passagem, numa boçalidade sem sentido, crisma de empavonado Doutor Lambisgóia, alguém que não tem a coragem para nomear, não vá cair-lhe no lombo forte bengalada, que o derreie de vez, não estivesse ele já ajoujado ao PSD e seus mandantes, num permanente louvaminhar que entedia os menos propensos à bajulice.
Mas o mais interessante é ler com atenção este VGM, que parece condoer-se com a situação dos pobres portugueses que muito perderam neste saga anual dos incêndios estivais, mas que insidiosamente mete pelo meio da croniqueta a calamidade pública como se estivesse a falar sériamente da mesma e não apenas a servir-se do termo para glosar, no seu estilo neo maneirista, as férias do primeiro-ministro.
Finalmente, aproveita para passar o pano e a graxa nos seus antigos patrões, como se estes não tivessem nenhuma responsabilidade no que acontece actualmente, e que só a cegueira partidária desconhece ou melhor, faz por desconhecer.
Se tivesse efectuado oportuna consulta a quem sabe, poderia ter visto que muito embora as condições climatéricas sejam mais gravosas do que em anos transactos, felizmente ainda estamos bastante longe das áreas ardidas nos consulados de Durão Barroso, devidos à inflexão nas políticas seguidas pelos governos anteriores.
Que VGM era a cara da cultura no PSD, já há muito se sabia, que tinha passado a ser o 'bobo' da corte, é novidade que muito me entristece, pois Portugal merecia melhor.
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