Enquanto se fazem balanços aos dez anos de governação (!) de Rui Rio, à gente que vai saindo da Câmara de mansinho para outros locais mais arejados, e no PSD parece ter estalado uma guerra entre fações, enquanto o CDS se mete nas trincheiras agachado e vai defendendo o castelo que tão laboriosamente o ajudaram a construir.
Esta cidade sem rumo e sem projetos, em apenas dez anos, perdeu parte da sua população mais jovem, viu desaparecer a sua indústria, assiste à morte por inanição do seu comércio, deixou a Ribeira ao deus dará, resolveu começar a chamar "baixa" a locais como a zona do Jardim do Infante só para que se possa falar em reabilitação da dita, esquece-se da estagnação do mercado do Bolhão que vai caindo aos bocados, da operação imobiliário que arrasará o mercado do Bom Sucesso elimando mais um dos pólos de comércio de frescos da cidade, deixou que a verdadeira baixa se transformasse num degradante conjunto de taipais e lojas fechadas ou em vias de fechar, esqueceu-se da limpeza da cidade, abandonou os jardins, encerrou os poucos sanitários públicos existentes, esqueceu-se da manutenção de fontes e chafarizes, preferiu a destruição à reconstrução/reconversão, destruiu ex-libris da cidade, encolheu os ombros à insegurança, tratou a cultura do mesmo modo que os jogadores de futebol tratam a bola, não resolveu o problema das àguas do Porto (talvez por isso as tente privatizar agora), fez pistas de aviação no parque da cidade para um espetáculo que afional pouco durou, destruiu a parte final da avenida da Boavista em nome de um evento bianual de que ainda se desconhecem os custos envolvidos, não reivindicou o suficiente, desprezou o eixo-atlântico e o resto que fez bem, ou foi iniciado pelo seu antecessor e ele limitou-se a acabar (mal), ou tentou substituí-lo mas para tal faltou-lhe o engenho e a arte.
Fala-se muito da sua proverbial honestidade e frontalidade, mas não sei onde encontrar as contas da câmara para poder aquilatar da sua razoabilidade, fala-se da sua excelência na gestão de pessoal mas desconhece-se onde estão os números a comprová-lo, e tirando o folclore da propaganda paga pelo nosso bolso (lembram-se de no início ele ser contra a revista informativa da Câmara que hoje nos faz chegar às mãos, noutro formato mas de pura propaganda), conseguiu destruir os jornais cá do burgo e até o JN, coitado, se submeteu às regras.
No meio disto entreteve-se a guerrear o colega de Gaia, bandarilhar o de Matosinhos, passar a mão no lombo ao da Maia e de Valongo e a utilizar o Metro do Porto para lhe pagar os arranjos citadinos.
Aos pobres distribuiu/os pela cidade e arredores, aos ricos oferece/lhes moradias de luxo.
Talvez o Porto com que ele sonhe seja diverso do Porto que j]a foi mas que demorar]a muitos anos a regressar a 2002, isto se alguma vez regressar.
P.S.> Alguém sabe o que é feito de uma tal Laura, que ía revitalizar a baixa e que tinha todo o seu apoio.