08 setembro, 2005

Dúvidas sobre as promessas (de Assis)

Lá dei com o 'site' do Assis, e vi que os azuis predominam, o que me agradou, pois é cor da minha preferência, mas que tem uma fotografia do candidato que nos fita frontalmente com ar zangado, o que para os mais timoratos poderá afugentá-los a sete pés.

Mas dediquei-lhe a minha atenção (ao site, e não à fotografia), e lá pude ver algumas das promessas que são feitas aos cidadãos do Porto, no caso de vir a ser eleito.

Estranhei que as ditas se fiquem pelo ambiente, mobilidade e urbanismo, deixando de lado a cultura, o turismo, a juventude, o desporto, o combate à exclusão e a segurança, mas pelos vistos a estratégia que irá utilizar é a de fustigação constante, e irá apresentá-las a par e passo, desgastando assim o seu principal oponente, que já afirmou que não tem mais ideias do que as que (não) tinha já há quatro anos atrás.


Sobre o que é prometido, não há muito a dizer, pois na sua generalidade concordo, muito embora ache que o enfoque na criação de um parque por ano, ou a ciclovia a ligar os pólos universitários, não são as coisas mais importantes para uma cidade, que nesta altura tem um PDM de 1993 legalizado, e umas normas provisórias feridas de ilegalidade.

Fico entretanto com algumas dúvidas, como:

  1. a que respeita à resolução do estacionamento para moradores fora do espaço público, pois, a não ser que se criem parques de estacionamento no interior de prédios antigos abandonados ou adquiridos pela autarquia, mantendo-lhes todavia as fachadas, caso tenham valor histórioco/arquitectónico, não estou a ver outro tipo de saída com interesse para a cidade e para os interessados;
  2. sobre o meio ferroviário ultraligeiro proposto para a Avenida da Boavista, pois para além de não se complementar com nenhum dos actuais (metro, eléctrico, comboio), não se sabe muito bem o que será, mas deverá ficar a meio caminho entre o metro ligeiro e o eléctrico rápido. Parece-me, smo, que será mais uma 'novidade' que poderá ser evitada com a implementação de uma linha de eléctrico que ligue a Boavista à actual que termina em Sobreiras;
  3. o esquecimento do mercado do Bom Sucesso que é necessário revitalizar, sib pena de em pouco tempo termos outro Bolhão nas mãos;
  4. o não aproveitamento do rio Douro, como via de transporte entre municípios vizinhos, com excepção de uma ligação Cais de Gaia-S. Francisco, dotando-a de meios modernos e rápidos que aliviariam a pressão sobre as travessias e serviriam melhor o repovoamento das suas margens;
  5. porque não tem lugar no discurso a dinamização da Autoridade Metropolitana de Transportes, o transporte público na cidade antiga, um regulamento sério de cargas e descargas, actuação sobre a despoluição do Douro, a segurança na cidade, as soluções para os prédios devolutos e/ou em ruínas ou a recolha selectiva de lixos ao domicílio.
Para já, são estas as dúvidas que me assaltam, com o andar da carruagem, veremos se elas se dissipam ou se adensam.

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