Quando um ministro, um autarca, um professor, um engenheiro, um encenador, um padre, um militar, ou outra qualquer pessoa dá seguimento a uma obra de um seu antecessor, quererá dizer o quê?
Que não concorda com a obra, mas dados os custos envolvidos é melhor acabá-la, ou que, por muito que lhe custe, a sua finalização é imperiosa porque é benéfica?
Claro, que sempre teremos de concluir pela última, sob pena de estarmos a causar prejuízos a terceiros com o acabamento em questão.
Vem isto a propósito do (mau) hábito que se tem espalhado um pouco por toda a parte, de se ouvir dizer que fui eu que acabei..., ou fui eu que levei a cabo..., como se os iniciais autores, iniciadores ou simples pensadores dos ditos eventos, fossem apenas uns incompetentes por não as terem conseguido idealizar, projectar, programar, construir e acabar, em determinado período limitado de tempo.
A ser assim, D. Afonso Henriques não deveria ter lugar na história uma vez que não chegou a conquistar o Algarve, deixando um País inacabado, ou o Infante D. Henrique nunca passou de um batata, pois nunca descobriu terra alguma e apenas sonhou e desenvolveu a ideia dos descobrimentos, para onde enviou marinheiros experimentados.
Num País, que vai perdendo referências, e onde parece que o corte-da-fita é que assinala o criador, era bom que nas finalizações, nunca se esquecessem de quem é que deu o pontapé de partida e de quem foram todos os intervenientes.
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