Muito se tem discutido sobre a liberdade de imprensa e a protecção das fontes, mas o que acontece é que, cada dia que passa, sob a capa da dita liberdade o que se vai estendendo é a mais desenfreada libertinagem.
É normal surgirem nas primeiras páginas, e em letras garrafais, casos e nomes de pessoas associadas aos mais diversos assuntos, que mais tarde vêm a provar-se ser falsos, mas que não têm por parte dos orgãos de informação o mesmo tratamento que lhes foi dado à partida, pois estes sairiam diminuídos na sua credibilidade, e ou os omitem, ou quando muito, os remetem para notícias em páginas interiores ou simples apontamentos de pé-de-página.
Claro, que não sou contra a protecção das fontes, mas essa protecção deve ser paga com a assumpção dos erros através de multas elevadas, ou em casos extremos, com penas de prisão, no caso de reincidência leviana na informação prestada. Se esse tipo de responsabilização fossse aplicado, certamente muito jornal teria de enveredar por outros caminhos e a democracia seria melhor servida.
Tudo isto vem a propósito, dos pseudo-escândalos que em altura de eleições sempre aparecem e que passado o dia, desaparecem sem deixar rasto, mas deixando nódoas indeléveis nos que foram acusados e que, de tempos a tempos, fazem as delícias das má-línguas, que no seu afã de enxovalhar não cuidam de saber da sensibilidade de quem ofendem.
Tenho para mim que só a falta, de educação, de uma sofrível noção de cidadania, de seriedade, ou de bom-senso, poderão estar por trás de tanta notícia falsa ou falseada que aparece nos meios de informação, a não ser que sejam apenas fruto da pressão das tiragens/audiências que ditam esta bestialidade comportamental, a que infelizmente assistimos sem que hajam mecanismos eficientes para a sua dissuasão.
A credulidade de um povo inculto, serve-lhes os propósitos, e uma camada da sociedade sedenta de poder desregrado alimenta-lhes as cornetadas, do mesmo modo que os calará mal se sinta instalada nas cátedras de que foi expulsa.
Por isso, seria bom, que os que são políticos sérios e que querem proteger o regime, andassem lestos em cuidar da liberdade, pois podem crer que em nome dela, estão a criar nos jovens a ideia de que o que o País necessita é de um salvador providencial, que tudo arranjará em nome do bem comum.
Sem comentários:
Enviar um comentário