Claro que falo de ideias novas, e não das requentadas propostas que aqui e ali, como cogumelos brotam por aí?
Mas como nos cogumelos, as ideias têm os seus perigos, pois sob a mais inocente aparência revelam-se por vezes altamente venenosas.
Como muita gente, entendo que o Estado precisa de entrar num regime de dieta forte mas bem equilibrada, sob pena de o novo regime nos trazer alguma tuberculose galopante resistente mesmo aos mais poderosos antibióticos.
Cá por mim, entendo que deveremos incentivar as exportações, mas com isso não quero dizer que o Estado deva dar roda livre às empresas exportadoras e ser o seu apoio financeiro/económico, mas poderá apoiá-las através de serviços de assessoria, divulgação nos mercados internacionais, patrocinar estágios de formação em centros de reconhecido nível tecnológico, celebrar protocolos de entendimento entre universidades e centros de I&D públicas e privados.
Outra área a melhorar é a das entidades reguladoras, que na sua grande maioria, não tenho visto regular nada permitindo que os preços - conforme disse Miguel Mateus - subam como um foguetão e desçam como uma pena.
O conluio (de que não há provas, segundo dizem) mas que é facilmente observável a olho nu, estende-se pelos combustíveis, cimentos, energia eléctrica, e muitos mais produtos, incluindo os alimentares.
Incentivar o mercado de arrendamento é outra das prioridades, mas cuidado, pois esta é uma área sensível e não nos esqueçamos que os arrendamentos mais antigos são geralmente detidos por quem tem menos posses e mais idade. O equilíbrio é necessário e a ponderação cuidadosa.
Apertar os leques salariais é outra das preocupações a ter, pois não se compreende que uma meia-dúzia de eleitos duma empresa leve a carne e que a carcaça seja distribuída pelos restantes. Rever remunerações milionárias, muitas vezes superiores ao que os seus congéneres recebem em países com muito mais elevado padrão de vida, é um escândalo a que se deve dizer basta!
Descentralizar responsavelmente, penalizar fortemente as assimetrias geradas pelo oportunismo ou falta de visão, dinamizar o associativismo na agricultura, reorganizar o mercado interno, reestruturar o país, dotar as cidades de massa critica suficiente e transformá-las em metrópoles a sério e não em feiras de vaidades, acabar com as que já o foram e não tiveram capacidades para se afirmarem, o mesmo se aplicando a vilas e a freguesias é obrigação de quem manda e está ao leme.
Penalizar fortemente o luxo e a ostentação, pois não é admissível que enquanto uns morrem à fome, outros se pavoneiem delapidando o esforço de muitos.
Os marinheiros, esses que se pronunciem quando forem chamados para eleger o timoneiro e que depois remem todos para o mesmo lado, pois a não ser assim, em tão grande tormenta não haverá nau que se safe.