O Abrupto que tem andado tão silencioso nos últimos tempos (será por ter arranjado mais um lugarzito na SIC), decidiu ontem colocar a sua crónica do Público do passado dia 30 de Abril que é apenas e só mais um libelo contra um dos seus demónios que não deixam de o atormentar.
Mais uma vez, José Sócrates é o leitmotiv. Desta vez é classificado como demónio sugador de sangue que vive para fazer mal a Portugal e aos portugueses.
A irracionalidade da argumentação, a contradição que em si mesma encerra, a aldrabice pura, a desfaçatez está lá toda. A crise financeira mundial de 2008 considerada como a mais grave desde a de 1929 por uns e pior do que aquela por outros, passa-lhe ao lado na prosa inflamada. Bastar-lhe-ia ter dado uma vista de olhos por alguns gráficos para ver que o ratio consumo público/PIB em 2008 era inferior em muito ao que se verificou no tempo do seu querido líder entre os anos de 1990 a 1996, que a famosa dívida abissal que aponta era 3 pontos percentuais acima daquela que o Catroga tinha em 1995 sem crise e com dinheiro a entrar aos trambolhões, atira para cima deste Sócrates os projectos do aeroporto e do TGV como se fosse ele o autor das ideias e não estivesse a dar seguimento ao que os seus camaradas de partido tinham acordado, é esta a sua verdade(!), o mentiroso é o outro.
Afirma que metade dos portugueses odeia este homem (Sócrates)! Donde lhe chegam os números, não diz, é mistério ou apenas mais uma das suas mentiras, mas logo a seguir escreve A palavra é deliberadamente escolhida, porque caracteriza a intensidade da sua rejeição por bons e maus motivos, porque não há apenas os bons motivos, mas também algum corporativismo à mistura, como se passa com os professores, os únicos que o venceram até agora. Claro que esqueceu, porquê(?) não se calcula muito bem, os grandes grupos económicos que à cabeça têm o Jerónimo Martins, o Continente, alguns grupos ligados à comunicação social, a corporação dos juízes, do ministério público, dos funcionários públicos, dos jornalistas, do ensino privado, das IPSS, e tantas outras que seria fastidioso enumerar.
E quais são os maus motivos? Ter-se-á esquecido deles ou fica-se apenas pelas corporações? É preciso ter lata.
Escreve ainda que a outra metade está do seu lado porque o teme(!!!!!), e qual a justificação? Porque todos preferimos um Demónio a sério do que um Anjo virtual! Assim, sem mais!
Depois proclama que não está a fazer campanha ad hominem, porque não se podem simplificar assim as coisas, mas não explica porque é que não é uma campanha ad hominem mas sim apenas contra ideias e conceções governativas. Outro esquecimento... grave.
Depois perde-se num labirinto de raciocínios complexos, pisa areias movediças, salta, faz piruetas qual faz-tudo em intervalo circense, e informa-nos que foi o Sócrates que deitou abaixo o governo, provocou eleições e se arriscou a tudo. Dos outros, nem uma palavra. Pelos vistos não estavam presentes, não intervieram, nem souberam sequer do que se estava a passar.
Oh! Pacheco Pereira, o homem faz-lhe mesmo azia, não é verdade?
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