Ao ler este divertido naco de prosa sobre o reputado candidato do PSD a primeiro-ministro, não o conhecendo, nem tendo as artes da Maya, a única coisa que me resta é rir a bandeiras despregadas.
Por ele ficámos a saber da precocidade de Pedro Passos Coelho (PPC) - aos sete anos (antiga 1ª classe) no distante ano de 1971 - já o menino abandonava as brincadeiras para ouvir sensatamente as conversas sobre o estado do País e os problemas do mundo, que o senhor seu pai tinha com os amigos (não em casa ou no café da esquina) mas na residência do senhor governador do Bié!
Poderemos imaginar o teor conspirativo das conversas em que participariam o governador, o diretor dos serviços de saúde e demais gente grada (talvez também o sr. brigadeiro comandante do setor) e logicamente todos longe de comungarem do ideário marcelista.
Eu que era um pouco mais velho e andava nessa altura pela região, bem recordo a atuação desse excelentíssimo governador, de quem as autoridades militares se queixavam fortemente por causar problemas aos nativos que pretendiam instalar-se na zona e cultivar a terra, mas enfim, isso serão outras histórias.
O jornalista titulou esta crónica de bem-dizer com o título de Racional, gestor, tímido, barítono: Pedro Passos Coelho é um líder natural e eu ouso perguntar porquê?
Sim, porquê?
Quais as razões da dita racionalidade? O escutar as conversas dos mais velhos? O ir dar uma volta a Lisboa à borla para ir a um congresso da UEC onde se aborreceu de morte pois os jovens da sua idade só queriam falar de coisas sérias? A sua incrição no PSD de Vila Real para poder participar num campeonato de cartas? A sua decisão de se juntar a uma das Doce aos 21 anos? Não seguir Medicina porque (por causa da política) queria ficar em Lisboa (não existia Faculdade de Medicina em Lisboa na altura???)?!
E gestor de quê? De empresas ligadas ao mesmo grupo pertencentes ao seu amigo Ângelo e que pelos vistos não administrou lá muito bem? Ou por andar como consultor numa mão cheia delas ligadas ao ensino? Gastar demais e depois não ter dinheiro para o táxi no fim das touradas do Bairro Alto?
Tímido? Atirar-se a uma das Doce, andar na pândega até às tantas, cantar o fado e à desgarrada, comer e beber até às tantas?
Serão essas as características para um líder, um futuro primeiro-ministro de um País em crise? Um condutor de homens?
Se para expressar uma ideia demora horas, como irá governar um Pais que precisa de decisões ao minuto?
Talvez por tudo isso, não votaria nunca na personagem sem antes o ver atuar, mas sem batuque nem cantorias à mistura, pois já me bastou o la-rai-lá-lá-lá televisivo com que fui brindado um dia destes em que o barítono, candidato a PM nem sequer sabia de onde era proveniente a canção folclórica que um grupo de velhinhas lhe cantava e a sua guia pelos vistos também não.
Livra!
1 comentário:
Ai é das doces? não sabia, aqui vejo as novidades sucintas com boa disposição. Nada contra as doces senhoras, o meu filho cantava "ei, 5 da manhã..." e nunca achei nada. Uma época,
mas piroseira antiga já há que chegue!
Bettips
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