Mais uma vez, António Borges faz um favor ao governo, tirando da praça pública as questões incómodas substituindo-as por discussões estéreis sobre as suas polémicas afirmações.
Borges, que é uma figura que não se sabe ao certo o que faz e para o que serve, bem pago, com acesso fácil à comunicação social, entretem-se a negociar na sombra o que devia ser claro e a criar diversões quando os interesses se focam demasiado no governo.
Durante o primeiro "affaire" Relvas, Borges, sem nada que o fizesse prever, atira com uma bombita de maucheiro:
Economista António Borges defende que reduzir salários "é uma urgência".
Claro que a CS se atirou em peso à pseudo-notícia, os partidos largaram o Relvas para comentarem o Borges e o (des)governo aproveirou para delinear a estratégia que acabou por vencer.
Economista António Borges defende que reduzir salários "é uma urgência".
Claro que a CS se atirou em peso à pseudo-notícia, os partidos largaram o Relvas para comentarem o Borges e o (des)governo aproveirou para delinear a estratégia que acabou por vencer.
A jornalista foi à sua vida, as declarações esquecidas, e o Relvas tomou novo fôlego.
O Borges, continuou na sua senda e os salários não sofreram nenhum beliscão.
Em Julho, o segundo caso Relvas arrastava-se na CS, agora a propósito das equivalências, e o "amigo" Borges atira cá para fora com a concessão da RTP.
As atenções de imediato se viraram para este assunto, e, de uma cajadada, se matam dois coelhos, pois a administração da RTP desfaz-se, e o incómodo presidente sai de cena.
Agora que a contestação anda na rua, e as manifestações aí estão, Borges ataca de novo, agora insultando os emoresários, aliás na senda iniciada por Passos Coelho no Estoril.
Claro, que a manifestação da CGTP foi para o tinteiro, pois o que está a dar são as respostas ao Borges!
Interessante o "timing" que este Borges escolhe para mandar as suas atoardas. Poderá ser apenas o acaso a ditar tais eventos, mas mesmo eu, que até nem creio em bruxas, estranho as coincidências.
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