Há por aí muita gentinha, nomeadamente governantes e seus apoiantes, que gosta de se intitular liberal por oposição a ser apodada de conservadora ou mesmo de reacionária.
O liberalismo, ao opor-se ao estado que tudo regula e tudo dirige, baseia-se na liberdade individual, no mercado livre e na ordem espontânea, coisas tão longe das mentes dos nossos governantes como a água do deserto.
O que este (des)governo tem vindo a promover, é nada mais, nada menos, do que o regresso ao passado, às políticas dos baixos salários, a um estado omnipresente na arrecadação de impostos que são devorados pela oligarquia que alimenta, a uma sociedade de classes bem definidas e que se aproxima da medieval trindade, clero-nobreza-povo, onde o clero ainda se manterá (se andar na linha, pois se não o fizer os bajuladores que andam pelos jornais rapidamente lançarão sobre eles histórias do arco da velha), a nobreza foi substituída pelos políticos de pacotilha que arrastam com eles a corte respetiva onde pululam empresários sem escrúpulos, intelectuais sem "espinha", abencerragens do estado novo, saltitantes camaleões e os bajuladores encartados.
O povo, continua a ser o mesmo, agora engordado com a pequena e média burguesia que já julgava pertencer a outra casta, mas que rapidamente foi atirada para a realidade quando se viu remetida para o lugar de vaca leiteira.
Estes liberais da treta, chulam o povo até sangrar, agravam taxas que são impostas por lei, tudo pretendem regular e dirigir, não se coibem de afrontar as mais altas instâncias da democracia, tudo pretendem governamentalizar em prol dos seus interesses, quer os imediatos, que os de médio e longo prazo.
Assim, o ataque à Constituição, ao Tribunal Constituciona, a defesa do privado à custa do património público, os entraves à escola pública, o ataque ao SNS universal, e, finalmente o delapidar da Segurança Social, seria o bastante para que todos se levantassem contra este (des)governo, infelizmente, parece que a política da mentira e da ilusão começa a dar frutos, o povo prefere culpar a democracia, caminhando alegremente para o cadafalso ao som das trombetas e da charanga desta pandilha.
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