Muito se fala de equidade e de austeridade mas longe dos números e factos do dia a dia.
Alinham-se as tabelas salariais, comparam-se valores, discutem-se produtividades e o resultado é o que toda a gente conhece.
Ninguém se entende.
O País vai mal.
Pois vai, mas porque carga de água é que eu, que tenho dois filhos a estudar, e moro em frente ao meu vizinho que também tem dois filhos a estudar na mesma escola dos meus, hei-de largar os dois subsídios que tinha e ainda vou ter de largar mais 7% para a TSU e ele não?
Qual a razão, da minha vizinha do lado, que já está reformada há meia dúzia de anos, ver surripiados dois meses à sua pensão anual, que lhe é devida por quarenta anos de descontos, sem nunca se ter metido em cavalarias altas, não tendo sequer vida para ter o passe social?
Porque raio, há-de o vizinho de baixo alambazar-se com os juros da fortuna que a parentela lhe deixou, que nunca produziu algo de útil para o País, pois nunca trabalhou, e só paga uns ridículos 30%, quando eu pago muito mais pelos rendimentos de trabalho e, além disso, paga uma renda ridícula pela casa que tem arrendada ao filho?
Porque será que o meu vizinho do prédio em frente, tem à porta diariamente um carrinho do estado que o leva para o emprego, ganha um balúrdio como assessor de não sei o quê, recebeu o subsídiozinho de férias porque era referente ao ano anterior, tem os filhinhos colocados como assessores em empresas públicas e nem tiveram de estar com contrato a termo, nem recibo verde, dá aulas numa escola onde é levado pelo carro que o vem buscar de manhã e ainda exerce como profissão liberal uma data de cargos em locais onde não põe os pés?
Será esta a equidade de que o Gaspar e o Coelho tanto falam?
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