Vejo o primeiro ministro a falar e não consigo acreditar no que ouço!
O rapaz, com aquela cara das cerimónias solenas, começa a debitar o missal, onde lá está o costumeiro discurso anti-governo anterior, o qual foi capaz de todas as malfeitorias e que arruinou (segundo ele e os seus pares) o país, mas onde não aparecem os desastres que ele e a sua comitiva fizeram a desgraça de nos oferecer.
Depois, com a lata que lhe conhecemos, diz que os empregados por conta de outrém passarão a pagar mais 7% na TSU, para compensar o que irá dar aos patrões (5,75%), ficando com o diferencial para comprar caramelos em Badajoz.
Quanto ao corte dos subsídios, talvez para salvaguardar a equidade, continua a reter os dos reformados e pensionistas, devolvendo um, em duodécimos, aos funcionários públicos!
E estas medidas servem para quê, afinal?
Para tapar o buraco enorme que não conseguem tapar com todas as medidas que já tomaram.
A desculpa apresentada, tentando dar a entender que a culpa e sugestão veio do TC, é ignóbil, para não lhe chamar coisa pior, pois distorce quer a letra, quer o espírito da decisão daquele tribunal, e, por outro lado, afirmar que estas medidas se destinam a criar emprego e aumentar a competitividade, são de uma falsidade atroz.
Se, o universo que beneficia, e pode de facto aumentar a competitividade, é o setor exportador, como explicar que, sendo este apenas uma pequena fração do todo nacional onde os custos do trabalho influenciam os custos totais do produto em apenas 13%, como entender que será isto, apenas e só, que endireitará as contas nacionais?!
Esta, é apenas mais uma medida que vai beneficiar um lado da população, a mais forte, que vai ver aliviada a sua carga fiscal transferida e paga pelos que menos podem.
E onde param os trabalhadores por conta própria, os recibos verdes, os investidores especulativos, os proprietários, os que vivem dos rendimentos, o patronato, etc., etc..
Qual estado social, qual paz laboral, qual equidade, qual carapuça!
O que este (des)governo está a fazer é a destruir um país, um povo, uma sociedade em nome de interesses mesquinhos e particulares.
Se as pessoas o consentem, quem sou eu para dizer o contrário.
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