02 março, 2009

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

Por se tratar de TI, é que me surpreende que nenhuma empresa portuguesa esteja ainda certificada pela norma ISO/IEC 20000!

Mas, pelos vistos, para o Público, e para as empresas portuguesas que operam na área, estranho, é que o governo solicite a exigência de credenciação nessa norma para poderem aceder a um concurso público!

Mas o governo rapidamente lhes fez a vontade e retirou a exigência face à notícia do Público!

Claro que uns dirão que o governo não sabe o que anda a fazer, outros dirão que o Público fez um bom trabalho ao mostrar-se surpreso com a exigência, outros. como eu, entenderão que o governo, mais uma vez dá a mão aos limitados empresários nacionais que não se prepararam para um mundo de exigência e qualidade, mas a crise desta vez safa-os, talvez pela última vez.

Seria bom que as empresas nacionais abrissem os olhos à qualidade e não apenas ao lucro fácil e rápido.

Qualidade e excelência são vantagens que só beneficiam o País, ou não será assim?

19 fevereiro, 2009

Elisa Ferreira

Hoje, pelas 19H00, faz a apresentação da sua candidatura.

Vamos lá a ver o que é que nos diz...

17 fevereiro, 2009

Praça de Lisboa



Será este o Porto que queremos?

Foto tirada do excelente blog A Outra Face da Cidade Surpreendente.

Perguntas com poucas respostas!

N' O Jumento, este interessante texto, que mostra como são diversas as posturas de certas pessoas em relação a situações que nada devem à transparência.

14 fevereiro, 2009

Sindicalistas acusam CP de agressão

Quando li o título, no JN, julguei que tinha sido gralha, e que onde estava escrito CP, deveria estar PC (Pinto da Costa), pois noutro local falava-se nas estaladas à Carolina, e, sendo esta uma espécie de sindicalista - berra muito e acerta pouco - de eventual sindicato de desconhecidos sócios (ou deveria chamar-lhe súcia?), era como se as madamas que utilizam os mesmos ou idênticos métodos, se tivessem organizado, para em operático clamor, reclamarem da suposta agressão.

Mas não! Era mesmo CP..., sim, a dos caminhos de ferro!!!!

Ora, como não imagino a estação de Campanhã a dar um estalo a alguém, a não ser esteticamente, ou o símbolo a cair no toutiço de algum passante, o que não seria agressão mas apenas desastre, não consigo vislumbrar como é que tal título possa existir.

A facilidade com que os jornais publicam os maiores disparates com o ar mais sério do mundo, começa já a aproximar-se da estultícia linguística em que vamos caindo.

A agressão, não é uma acto que se possa ser praticado por uma entidade inanimada, ou seja, que não tenha alma.

Uma pedra, um peixe, um cão, uma couve são incapazes de agredir; podem atacar ou defenderem-se, nalguns casos, como o cão, o gato ou o peixe, já a couve ou a pedra não o podem fazer, embora possam ser utilizada para.

A CP não agrediu ninguém, do mesmo modo, que o Governo o não pode fazer, nem o Benfica, nem a PSP, nem o exército israelita ou o partido Hamas.

Actualmente abusa-se na personificação das notícias, talvez por isso a culpa tantas vezes morra solteira, pois os tribunais são cegos e julgam factos, não figuras de estilo.

Quem agrediu, afinal, foram seguranças que prestam serviço na/à CP, restará apurar-se se foi por ordem de quem decide em nome desta companhia ou se foi por lamentável excesso de zelo, ou até se existiu a agressão.

Sabemos, que alguém que é dirigente sindical de Hotelaria, recebeu tratamento no S. João, fez exames, foi medicado e sofreu problemas musculares, pois não me acredito que existisse psicólogo de serviço no S. João para abalizar o diagnóstico sobre problemas psicológicos.

Este é um exemplo de uma notícia, mal dada, mal escrita, mal amanhada e tendenciosa.

11 fevereiro, 2009

Incongruências, ou talvez não

Via A Baixa do Porto, José M. Varela coloca algumas questões pertinentes aqui.

Onde estará Paulo Morais, que há uns tempos capeou alguns jornais falando de corrupções na área do urbanismo camarário, andará tão ilustre personagem distraído com outros casos mediáticos?

06 fevereiro, 2009

Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira

Lendo o JN de hoje, dou com esta notícia!

Claro que a curiosidade me assaltou, tendo em conta as diferenças que para mim existem entre as personagens em avaliação.

Depois de a ler, já tenho mais dúvidas, pois afinal parecem mais gémeos separados à nascença, do que dois homens muito diferentes, que a única coisa que têm em comum é a sua inclusão no sexo masculino.

Truculentos, gostam sobretudo de ganhar, mas têm um percurso de vida e experiências completamente diferentes, o que dificilmente os torna semelhantes seja no que for.

Claro que será difícil fazer alguém falar abertamente sobre os seus defeitos sob pena de os ter à perna ou perder o acesso a benfeitorias que porventurem tenham obtido de qualquer um deles, mas isso já o jornalista o devia saber, pelo que esta notícia, não passa de uma não-notícia, e ficamos depois de a ler a saber tanto como sabíamos antes de a ler, ou seja, não serviu para nada, para além de exercitar a curiosidade do vulgo.

04 fevereiro, 2009

Não sei...

Não sei se tenho o direito de pedir a alguém que viva apenas porque isso me consolaria.

Não a conheço, muito embora saiba de alguns dos seus gostos e/ou preferências, os nomes de pessoas anónimas como eu que a amam, que esperam um milagre, que desejam o que é de melhor para ela, sem saber ao certo o que será melhor...

A dúvida, a terrível dúvida que se insidia nos corações dos que se agarram a uma esperança de a ver novamente a escrever sobre o que sente.

Tem-me ocupado muito do meu tempo; por vezes vejo-me a pensar sobre a vida de alguém que não conheço mas que sei que luta por algo que eu não posso resolver, nem tratar.

O que será que nos faz ficar assim presos? Que tipo de sentimento é este? No meio de tanta atrocidade e desespero ficamos presos a uma imagem, a uma ideia, a uma história de vida ou não-vida... sei lá...

Continuo à espera, desesperando mais um pouco, a cada momento em que me lembro de alguém, que longe daqui, luta não sei bem porquê.

Fico à espera..., com a esperança de que tudo se resolva pelo melhor para ela, para eles, para nós.

02 fevereiro, 2009

Devagar, devagarinho

N' A Baixa do Porto algumas boas notícias.

Saúdo com especial carinho a reabertura da Margaridense, local de guloseimas frequentado há muitos anos e encerrado tristemente há já tempo de mais.

Boa sorte para as novas proprietárias, que arriscam teres e haveres, nesta cidade que não tem grandes características de apoio aos jovens empreendedores.

Disparates

O JN na edição de hoje, traz como uma das parangonas:

Homossexual chefia governo da Islândia

Alguém me poderá informar qual será o interesse deste título? Será que isto é uma verdadeira notícia ou apenas sensacionalismo do mais rasca?

Porque não dizer se é branca ou amarela, alta ou baixa, gorda ou magra, loura ou ruiva, bonita ou feia, solteira ou divorciada, dextra ou canhota, nova ou velha, católica ou presbiteriana, crurvilínea ou longuilínea, simpática ou antipática, velocista ou fundista, dorminhoca ou madrugadora, glutona ou anorética?


Será que a orientação sexual é importante para aquilatar sobre a capacidade de governar?

Depois queixam-se (os jornalistas) de que não devem atribuir as culpas aos mensageiros?!

Mas esta mensagem interessa a quem e para quê?

01 fevereiro, 2009

Porto, 1979

Fotografias do Porto de 1979, apanhadas por informação do Rui Oliveira n'A Baixa do Porto.

31 janeiro, 2009

31 de Janeiro

Foi em 1891, faz hoje 118 anos, que um grupo de idealistas quiseram impôr a República e foram parados precisamente na rua que hoje detêm esse nome e que a ditadura pretendeu chamar Sto. António.

Lembrar hoje o capitão Leitão, alferes Rodolfo Malheiro, tenente Coelho, Alves da Veiga, o actor Verdial, Santos Cardoso, Pinheiro Chagas, Paz dos Reis, Sampaio Bruno, Basílio Teles, e, tantos outros anónimos que se lhes juntaram reclamando contra as exigências dos nossos mais antigos aliados, é não só um dever, como uma necessidade, pois a democracia enfraquece com os muitos ataques de que tem vindo a ser alvo, graças à credulidade de alguns e ignomínia de outros.

Outros pontos de vista

Sobre a privatização do aeroporto do Porto, n'A Baixa do Porto, pela mão do Joaquim Soares.

30 janeiro, 2009

Citações (XXXVII)

Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça

Otto von Bismarck

Populismo justicialista

Não posso deixar de concordar com isto, porque pensar o contrário, faria de mim um juiz cego e surdo a ditar sentenças conforme o cheiro emitido pelos contendores.

Já sei o que fazer, sigo o conselho do JPP

No dia em que um familiar meu, ou até um amigo, me telefonar a dizer que lhe disseram que lhes constou que andam a tentar subornar alguém no meu departamento para que ele aprove um empreendimento que uma pessoa em quem eu confio chumbou, não estou com meias medidas, vou à PGR e dou-lhe conhecimento do assunto.

Agora compreendo porque é que os processos andam tão atrasados na justiça.

Com a quantidade de queixas que por lá existem, não há procuradores que cheguem...

Já agora, o PR terá enviado pedido semelhante ao PGR, quando leu que um seu conselheiro de estado andou metido na gestão ruinosa de uma determinada instituição financeira?

29 janeiro, 2009

Vender, vender, custe o que custar

Para meu grande desgosto, vejo a generalidade da imprensa nacional abandonar os critérios jornalísticos para dar lugar aos comerciais.

Cresci olhando para os jornalistas com um grande respeito, pois tive-os na família, e sabia bem que a magra retribuição obrigava a longas horas de trabalho e que a essência era transmitir o mais fielmente possível o que se tinha passado.

Aprendi muito cedo que, as bases de uma boa notícia, derivavam de cinco breves interrogações, o quê?, quem?, quando?, como? e onde?, a que o jornalismo de investigação acrescentava uma sexta - porquê?,

O meu fascínio pelo jornalismo levou-me a ser jornalista escolar, num tempo em que nas escolas se não ensinava apenas o programa oficial aprovado no ministério, e onde se fomentava a cidadania e a participação na sociedade.

Habituei-me a acreditar nas notícias dos jornais, porque na generalidade elas reflectiam uma imagem muito próxima do acontecido, muito embora cada título desse a mesma notícia de maneira diversa.

Logo pelos títulos e parangonas se divisavam as diferenças.

Infelizmente, hoje a notícia deixou de ser informação para passar a ser indução.

Os diz-se, consta, parece, há quem diga, foram substituídos por falsas proposições que dão a impressão que a notícia dada terá acontecido pois, a maior parte das vezes, uma ou mais das cinco interrogações atrás enunciadas desaparecem como se não fizessem falta.

A notícia na hora é o que está a dar!

Peguemos num pequeno exemplo. Houve esta manhã, segundo O Correio da Manhã, por volta das 07H00, diz o JN que foi às 06H50, um incêndio em Oeiras, que afectou de modo diverso 12 pessoas (aqui acertam os dois).

Na descrição da notícia propriamente dita, poderá ver-se (aqui e aqui) a diferença de tratamento entre os dois orgãos noticiosos, mas o que já não se compreende é que num se afirme que três famílias vão ser alojadas pela Câmara e outro diga que apenas vão ser duas. Onde pára a verdade? Será que nos três minutos que separam as duas notícias está a explicação da diversidade?

Dir-me-ão alguns que isso são pormenores sem importância, mas se for esse o caso porquê referi-los?

Outro exemplo, esse bem mais grave, tem a ver com as declarações de António Marta na comissão de inquérito da AR.

O que estava em causa, principalmente, eram as declarações de Dias Loureiro efectuadas na véspera que dizia ter avisado o BdP para o que estava a acontecer no BPN, mas pelos vistos não é essa a parte importante para os fornecedores de notícias, e aqui a porca torce o rabo, pois os títulos são expressivos e falam por si.

Publico - "Situação deteriorada" no BPN obrigou BdP a convocar reunião inédita em 2006(não é permitido 'link' a esta notícia no suplemento de economia)

Jornal de Negócios - Acho que falhei - António Marta volta a afastar alerta de Dias Loureiro - Oliveira Costa sentia-se "perseguido" pelo Banco de Portugal

Ora, fácil será verificar que, em nenhum orgão de informação, é publicado, em parangona, que Marta não confirmou declarações de Loureiro, com uma pequena nuance no Jornal de Negócios que eufemisticamente lhe chama afastamento, tendo no extremo o Público, que acha que o mais interessante no depoimento foi uma reunião tida em 2006 entre Marta e os membros dos conselhos de administração da SLN e do BPN e os revisores oficiais de contas (ROC) e auditores do grupo a propósito das insuficiências de organização complicadas e que o controlo interno não funcionava (sublinhado referente a declarações expressas de Marta).

O que salta à vista, é o que o BdP falhou na supervisão - não Marta, mas o BdP (novamente aqui a excepção do Jornal de Negócios) - e que Marta aceita a acareação com Dias Loureiro.

Se todos bem se lembram da campanha que tem corrido contra o governador do BdP, são sintomáticas de uma informação previamente orientada em quase todos estes títulos, ou não será assim?

28 janeiro, 2009

Mário Crespo

Mais uma vez, como jornalista, engasgou-se e deu uma imagem do que vale.

Na entrevista a Marinho Pinto, quando este afirmou que as buscas a escritórios de advogados que não tendo sido constituído arguidos, já atingiam o número das dezenas, ele retrucou que nem achava que eram muitas (!) ao que Marinho lhe responde rápido que uma ou duas já seriam demasiadas.

Fez-me lembrar o poema de Martin Niemoller:

Primeiro vieram prender os judeus
E eu não levantei minha voz
Porque não era judeu.
Depois vieram prender os comunistas
E eu não levantei minha voz
Porque não era comunista.
Depois vieram prender os homossexuais
E eu não levantei minha voz
Porque não era homossexual.
Depois vieram prender os sindicalistas
E eu não levantei minha voz
Porque não era sindicalista.
Depois vieram prender-me
E já não havia mais ninguém
Que levantasse a voz por mim.

Escola Soares dos Reis

Ainda há dias, por ocasião da morte de Jaime Isidoro, falei nesta escola dizendo que as entidades competentes tinham o dever de a conservar.

Nessa altura desconhecia o que se passava com a sua gestão que, pelos vistos, está difícil, pois os dinheiros não abundam e as dificuldades aparecem.

Do JN respingo este final de notícia que não é nada abonatório para quem projecta seja lá o que for.

Alberto Teixeira lembra que a construção de uma nova escola era um problema centenário. A Soares dos Reis tinha más instalações e optou-se por uma solução que desse resposta a todas as necessidades do Ensino Artístico. "A escola tem dimensão para tudo o que necessita e obedece aos requisitos actuais", indica. Só que, acrescenta, a mudança trouxe maiores custos de funcionamento que não foram contemplados à data da concepção e da execução das novas instalações

27 janeiro, 2009

Quercus

Há um interlúdio engraçado que todas as manhãs passa na RTP1 e é da responsabilidade da Quercus, cujos intervenientes são sempre o Francisco Ferreira e a Susana Fonseca.

Aí são dados conselhos aos portugueses para evitarem gastos supérfluos em energia e sobre protecção do ambiente.

Verdade seja dita, que alguns são interessantes e inovadores, mas outros parecem saídos da ideia de algum professor Pardal, ou não têm o minimo interesse para o cidadão comum.

Estou a lembrar-me de um sobre a secagem de roupa em tempo de chuva, em que era recomendada a utilização de desumidificadores, aquecedores e até máquinas de lavar no programa de centrifugação!!!... Seria para poupar energia? Ou não se terão lembrado do método do estendal na zona menos húmida da casa?

Outros, foram o aconselhar a visita ao Jardim botânico de Lisboa (esqueceram-se de que há mais jardins botânicos no Pais), ou ao Oceanário da mesma cidade, esqueceram-se talvez doutros projectos noutras zonas do País, aqueloutro em que se dissertava sobre os benefícios que as novas gasolinas já tinham trazido ao planeta, recomendações para comprar malas solares para carregar os telemóveis, ou ipods (cada uma custa entre 250/550 euros), ou apelos ao consumo de variedades de trigo ou milho como se isso fosso tarefa do vulgar cidadão e não do agricultor ou transformador que opera nos mercados.

Já não falo das mais disparatadas, que falam sobre equipamentos a utilizar pela hotelaria, pelas empresas de serviços ou fábricas.

Não sei quem é que paga este tipo de serviços, mas creio que algum, certamente sairá do meu bolso e pergunto-me muitas vezes quem é que estará a tirar o melhor proveito.

26 janeiro, 2009

Pela Defesa da Gestão Autónoma do Aeroporto Sá Carneiro

Foi criada o site da Associação de Cidadãos do Porto, com vista a defender o aeroporto para a Região, não com o intuito de gerar lucros para um qualquer empreendedor, mas para investir os lucros que vierem a existir na região que serve,

Como ideia parece boa, vamos a ver se tem pernas para andar.

Agora é o JN

Ontem, na minha visita diária à A Baixa do Porto, dou comigo a ler duas vezes a notícia sobre a hipótese de encerramento do JN!

Primeiro, foram o Comércio do Porto e o Primeiro de Janeiro (esse ainda anda por aí em versão electrónica), agora é o Notícias, como é conhecido cá pelo burgo, a seguir é o deserto.

Mas para que queremos nós um jornal cá na cidade? Para sabermos as notícias que são transmitidas por todos os outros?

Na edição de hoje ficamos a saber que o PS aprovou por aclamação onteontem (!!) a Elisa Ferreira para concorrer à CMP, que um cão mais o respectivo dono caíu ao mar, que um médico surfista foi salvo por uma equipa de salvamento da Câmara de Matosinhos e que a CDU denuncia o caso de oito famílias a viver em condições degradantes.

São estes os destaques sobre a cidade e arredores, depois fala-se nos custos de umas escolas em Leça e Matosinhos, numas trapalhadas políticas em Valongo, numa churrasqueira que pode fechar porque os cheiros dos grelhados incomodam a vizinhança, e sobre as queixas de barulho que os vizinhos de Matosinhos apresentam.

Como opinião temos o Mário Crespo a informar-nos de que o José Sócrates já não serve para primeiro-ministro porque um tio fez não sei o quê o que abala a sua credibilidade pelo que deve solicitar eleições antecipadas (!!!), o Rafael Barbosa a falar sobre a crise, e as suas diferenças entre os que a sentem, e o Honório Novo a atirar-se ao Sócrates por causa da Quimonda e da avaliação dos professores.

Afinal chega agora ao último dos grandes jornais portuenses, o mesmo que chegou às restantes actividades de grande dimensão, mudam-se para Sul, e algumas vezes desaparecem no meio dos grandes grupos económicos.

Quem se lembra dos grandes Bancos do Norte e das Companhias de Seguros? O que é que lhes aconteceu? E quem é que se importou?

Porque é que havemos agora de estranhar, se sempre aceitamos tudo com um ligeiro protesto aqui ou ali?

E onde pára a CMP neste processo todo?

E as altas autoridades da concorrência e da comunicação social? E a solidariedade dos restantes jornalistas?

Quedas

Ontem, quando vim até aqui para deixar mais um comentário, a net apagou-se!

Não sei se foi da chuva forte que se fez sentir, se não estava para me aturar...

Se calhar, foi a segunda hipótese...

24 janeiro, 2009

Coisas que detesto ver

Esta imagem.

Fernando Amaral

Hoje ao abrir o JN dou com mais uma triste notícia, a morte de Fernando Amaral.

Fernando Amaral, foi um dos presidentes da AR que a prestigiou e onde deixou exemplo que infelizmente parece estar a desaparecer.

Português de fino trato e límpida palavra, enobreceu os lugares por onde passou e prestigiou o Pais.

Tinha por ele uma estima especial.

Que descanse em paz.

23 janeiro, 2009

Citações (XXXVI)

Mais vale agir na disposição de nos arrependermos do que arrependermo-nos de nada termos feito

Giovani Boccaccio

De quatro em quatro anos

Será que nas eleições que se irão passar daqui a quatro anos, voltaremos a ouvir falar do caso Freeport?

Jaime Isidoro

Aguarelista fantástico, não deixou de experimentar outras técnicas onde também se revelou de qualidade superior.

O Porto e o Norte, muito lhe devem, pois as suas iniciativas, o seu olhar e as suas impressões ficaram para nos recordar a genialidade e a beleza que o dia-a-dia nos faz esquecer.

Começou na Soares dos Reis, na altura situada no nº 49 da Rua da Firmeza, escola de Artes que o Porto tem o dever de conservar e de onde saíram muitos dos responsáveis pelo desenvolvimento artístico e industrial do Porto.

Deixou-nos a Galeria Alvarez e a Dois e a Bienal de Cerveira, que só por si já seriam obra bastante, mas para além disso deixa-nos uma vastíssima e variadíssima obra sobre a cidade que o viu nascer.

Ontem, aqui perto, no cemitério de Agramonte ficou a descansar.

Que o faça em paz.

21 janeiro, 2009

Assim não vamos lá

No site da CMP, lê-se que o JN retoma oposição à Câmara do Porto, e aduzem-se as notícias que este jornal tem vindo a publicar sobre a cidade.

De todas aquelas que referiu, Bairro S. João de Deus, Circuito da Boavista, Parque da Cidade e Plano Prévio de Intervenção em Emergência no Centro Histórico, não vejo onde o jornal tivesse errado ou até manipulado a informação, parecendo, mais uma vez, que a presidência da Câmara se serve do site da dita para os seus joguinhos de política comezinha e pequenina que diz não praticar por opção intelectual.

Afinal que fez o JN de tão grave?

Publicar em primeira página uma fotografia com a demolição do último bloco do S. João de Deus com a legenda:

O ÚLTIMO BLOCO DO S. JOÃO DE DEUS
Rui Rio ainda sem projecto para os terrenos onde antes existiu
o "pior bairro de Portugal". Tráfico de droga mudou-se para o Aleixo e o Cerco


e nas página interior titular a notícia com Futuro do S. João de Deus ainda por definir como se pode ver aqui e aqui.

É a notícia falsa ou manipuladora?!

Sobre o Circuito da Boavista, o jornal, como se pode ver aqui e aqui diz que Rui Rio ainda não apresentou orçamento sobre os custos do circuito.

É a notícia falsa ou manipuladora? Ou antes será ele,dando a entender que o que diz que a oposição chama às corridas é o que o JN quer dizer ao falar em corridas de carros?!

E quanto à construcção no Parque da Cidade? Será que não foi Rui Rio que iniciou a história afirmando-se um defensor inveterado das zonas verdes, para depois lhe enfiar uma pista para aviões de competição, um parque desportivo para o Sport Club do Porto, e teimosamente insistir nos processos judiciais para agora sair de mansinho com uma solução que o passar do tempo tornou mais cara? Ou será que os 21,6 milhões de Euros de Abril de 2008, serão mais do que os 6,6 milhões de Euros já gastos em acções judiciais, o Edíficio Transparente, o matadouro, a que se juntam 240 mil € em dinheiro vivo, mais 34,53 milhões de Euros em terrenos?

Será que o que Rui Rio fez aqui não é o mesmo que desfez agora? E quem é que está a pagar os custos?

E sobre a segurança? Estará Rui Rio tão distraído que nem sequer conhece qual o número de pessoas assaltadas na zona onde reside, no centro da cidade alta? Só numa das ruas perpendiculares à sua tentativas são diárias, consumadas, talvez três por semana, para já não falar dos arrumadores por quem ele passa diariamente.

Será que não há medo na cidade do Porto? Será que os crimes da noite são inventados pelo JN? Será que os assaltados são aldrabões? Será que o observatório de segurança criado pelo autarca está contra o seu criador.

Finalmente, e porque o texto já vai longo, chegamos ao risco de incêndio na zona histórica da cidade.

o JN limita-se a dizer que há risco de incêndio na zona histórica da cidade.

Rui Rio, diz que isso é uma falsidade e uma manipulação, entretanto morreram quatro pessoas num incêndio na zona histórica há pouco mais de uma semana, e ontem, o vereador da protecção civil disse expressamente que dos 129 arruamentos do centro histórico, 40 apresentam risco elevado!

Afinal em que ficamos, quem mente? Quem manipula?

20 janeiro, 2009

Cultura

O primeiro-ministro, José Sócrates passa a vida a falar na necessidade da população portuguesa dar um passo em frente na aquisição de conhecimentos, o que se saúda, pois é através do conhecimento que uma sociedade evolui.

Mas pelos vistos, o que é anunciado pelo País fora, não deve ser aplicado à cidade do Porto, pois o ministro da cultura deve andar distraído, e ainda não compreendeu que a ópera é uma actividade cultural ou que o Teatro Nacional S. João é um local onde a cultura tem espaço de divulgação.

O senhor ministro da cultura, para além de não querer saber que a Casa da Música não possui condições para levar à cena óperas - falta de fosso de orquestra - o que é grave, deixa o S. João cair aos bocados por falta de verbas que entretanto distribui pelos vinte e um (21) organismos sediados em Lisboa, e pelas cinco fundações na área da capital, sendo as restantes migalhas distribuídas a cinco organismos - quatro Direcções Regionais de Cultura e um teatro - Coimbra (Direcção Regional de Cultura do Centro), Évora (Direcção Regional do Alentejo), Faro (Direcção Regional de Cultura do Algarve), Vila Real (Direcção Regional de Cultura do Norte), Porto (Teatro Nacional São João), e a mais cinco fundações - no Porto, Casa da Música e Fundação de Serralves, em Baião à Fundação Eça de Queiroz, em Guimarães à Fundação Martins Sarmento e na Régua à Fundação Museu do Douro.

Desde 1967 que o Porto sempre teve ópera e os seus espectáculos nunca tiveram falta de audiência, antes pelo contrário, mas pelos vistos o Ministério da Cultura não tem 250 mil euros para disponibilizar à cidade e remete a questão para a Casa da Música, como se não tivesse nada a ver com o assunto.

Talvez por ser cultura, não vejo a Câmara a tomar posição sobre estes assuntos, nem tampouco os partidos que dizem defender a cidade, exceptuando o deputado Rui Sá da CDU que, como se pode ver aqui, faz questão em levantar um dos problemas.

Já há muito que, em termos de política cultural, o Porto é esquecido ou deixa-se esquecer, como se os portuenses fossem avessos à educação e à fruição dos diversos aspectos da arte.

Já agora, gostaria de saber quanto é que foi gasto pelo sr. ministro e a sua comitiva para vir ao Porto assistir ao Mercador de Veneza no Teatro S. João, se calhar melhor seria ter mandado o cheque e privar-nos de declarações infelizes.

Disseram-me hoje...

... que a situação dos mercados financeiros está tão má, que já regressaram os casamentos por amor!

19 janeiro, 2009

Relação custo/benefício

Este chavão, pois apenas se trata de mais um chavão para utilizar quando interessa, faz-me lembrar um outro que ainda há pouco era moda e que era o do utilizador/pagador...

Qual será a relação custo/benefício da construção de uma auto-estrada entre Vila Real e Bragança para um residente da Covilhã? E de uma escola a construir em Belmonte para a evolução científica das gentes da Minho?

Será que o reequipamento das Forças Armadas têm um custo/benefício suficientemente baixo para ser levado a sério?

Se quanto aos custos eles são fáceis de calcular, já os benefícios tornam-se muito difíceis de elencar, pois não há fórmula estudada que se lhes aplique.

Quando muito, poderemos tentar chegar a conclusões que possibilitem criar uma ordenação dos investimentos a fazer, mas nenhuma dessas conclusões será um dogma nem sequer poderemos garantir que é a opção certa para os próximos anos, pois à velocidade com que a ciência evolui e que as políticas se modificam, o que é verdade hoje, será falso amanhã de manhã.

E a solução?... Será parar?!

Neste momento parece-me fácil indicar quais são as prioridades a ter em conta:

  • suster a evolução do desemprego;
  • apostar na evolução da aprendizagem:
  • evitar o recurso às importações, recorrendo ao produto nacional;
  • expandir as exportações pela via da qualidade;
  • energia mais barata;
  • proteger o ambiente;
  • dinamizar as áreas tecnico-científicas onde já levamos alguma vantagem;
  • utilizar a via férrea e a marítima em detrimento da automóvel;
  • descentralizar.
creio que não será difícil verificar que estes serão actualmente os caminhos a seguir, hoje, claro que terão custos e parece-me que trarão benefícios, agora se a relação entre os custos e benefícios será a óptima não sei, pois apenas sei que o óptimo é inimigo do bom.

Falar em futuro é apenas tentar tapar o Sol com uma peneira.

Qual será o preço do petróleo no fim do ano? Estaremos ao abrigo de uma qualquer catástrofe que se abata sobre nós? Será que a India e o Paquistão não se vão envolver em zaragata? Será que não poderá ocorrer uma pandemia que altere o equilíbrio geo-estratégico?

Não se deverão recordar os políticos e opinadores que o primeiro automóvel a combustão apenas apareceu em 1886, há apenas 122 anos e que o primeiro avião segundo alguns voou em 1903 há pouco mais de um século, que a penicilina tem apenas 80 anos, que os primeiros computadores pessoais apareceram na década de 70, que os primeiros temóveis têm cerca de vinte e cinco anos, e que os automoveis eléctricos têm apenas 10 anos?

Que nos reservará o amanhã para termos tantas certezas ao falar em custos/benefícios para as próximas gerações!!!

18 janeiro, 2009

Novo chumbo

O Tribunal de Contas (TC) reiterou o chumbo à transferência de dívidas da Câmara Municipal do Porto para o banco alemão Eurypho, por considerar que infringe a Lei das Finanças Locais, disse ontem fonte do TC.
A decisão do TC foi comunicada à Câmara por fax no passado dia 6 e o ofício com o acórdão foi enviado anteontem por correio para a autarquia, acrescentou a mesma fonte, depois de a confirmação da decisão do TC ter sido noticiada ontem pelo Rádio Clube Português.

...

Nesse acórdão, o TC invocava o número 4 do Artigo 34 da Lei das Finanças Locais, alegando que este estabelece que os municípios só podem contrair empréstimos de médio e longo prazo para fazer obra e para proceder ao seu saneamento financeiro

Pode ler-se hoje n' O Primeiro de Janeiro.

Rui Rio desvaloriza a sentença e só lamenta que a decisão tenha levado quase um ano a decidir!

Foram, de facto, nove meses que o TC demorou a decidir a reclamação da CMP, mas não saberia o presidente que estas pendências demoram o seu tempo, e que o TC não tem só a CMP a reclamar?

Não há nem sequer um esboço dum mea culpa ou outra qualquer atitude de aceitação de que esteve mal neste processo!

Não será para admirar, mas também é mais uma que não devemos esquecer...

Cats - Elaine Page

O Meu Ambiente

Via A Baixa do Porto, dou conta que há um novo blog sobre o ambiente e onde o Parque da Cidade é mostrado em alguns dos seus mais belos aspectos.

Já vai para a lista dos preferidos, que seja muito bem-vindo.

Atenção Tiuborg, fala de ursos...

17 janeiro, 2009

TGVês

Eu que até não sou adepto do TGV, mas antes de linhas e equipamentos eficientes onde se possa andar em V(elocidade) E(levada), quer passageiros, quer carga, o que rentabilizaria as ligações entre o Norte e o Sul e o Litoral e o Interior, fiquei abismado com o grande risco que uma ex-governante apoiante do mesmo, ainda há poucos anos, e que teria apenas necessidade de alguns estudos para se pronunciar, há meia dúzia de meses, de repente, sem novos estudos, e apenas baseada na sua convicção, tenha riscado do mapa o TGV nacional, que o seu então primeiro-ministro acordou solenemente com as autoridades do País vizinho, garantindo que o mesmo iria criar 90 mil novos postos de trabalho, gerar um VAB de 14,5 milhões, aumentar a quota de mercado da ferrovia de quatro para vinte e seis por cento, entre outras maravilhas!

Acreditando que os números terão saído do ministério que a senhora coordenava, numa altura de crise como esta acho que seria uma excelente opção a tomar, senão vejamos o que era dito em 2003:

  • mais postos de trabalho;
  • 90% do VAB referido seria da rsponsabilidade da indústria portuguesa;
  • estimulação da economia até 1,7%;
  • diminuição dos custos ambientais em mais de dois mil milhões de Euros
Mas o que é ainda mais esquisito, é que a dita ex-governante, é a líder do maior partido da oposição e possível candidata ao governo do estado português!

Se, a crer nos suas afirmações, o actual primeiro-ministro é mentiroso, e por isso não deveremos dar-lhe o nosso voto nas próximas eleições, porque razão havemos de lho dar a ela que mentiu despudoradamente ao colaborar no embuste que foi o acordo de construcção do TGV?

Procuro, mas não encontro

Fui ao ABRUPTO espreitar o que dizia o JPP sobre a entrevista da MFL.

Procurei, procurei, mas não encontro nada! Será que ando a ver mal?!

16 janeiro, 2009

Citações (XXXV)

Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.

John Galbraith

A quem aproveita?

Jaime Veloso, n'A Baixa do Porto, denuncia através deste link, a lei da rolha que está a ser imposta às administrações dos portos portugueses, pelo Ministério das Obras Públicas.

Não se entende muito bem o que se pretende com este tipo de atitude, pois a ninguém aproveita a desinformação!

Mário Lino, deveria parar para pensar antes de decidir seja o que for, pois já demos por ela, demasiadas vezes, que os seus impulsos levam fatalmente a maus caminhos.

Escrito noutros locais

Publicado hoje n' A Baixa do Porto.

Começa mal

Ontem, tive a surpresa de receber em casa, através do correio, uma separata da revista da CMP Porto sempre, sobre o Metro do Porto, que por mais que me esforçasse não consegui dissociar da propaganda política sob a capa de informação.

Para quem se reclama de sério e honesto, não me parece ser este o tipo de política que deveria cultivar, até porque a evidente parcialidade informativa se encontra lá plasmada.

Sobre o Metro do Porto, quem tiver as mãos limpas que atire a primeira pedra, creio que esta é mais uma pedra atirada por Rui Rio, mas seria bom que antes tivesse olhado bem para as mãos, pois certamente encontraria lá coisas que não gostaria de ter.

15 janeiro, 2009

Citações (XXXIV)

Se os homens são tão maus com a religião, como seriam sem ela?

Benjamin Franklin

Jornalismo da treta

Hoje de manhã vi e ouvi na SIC-Notícias um senhor jornalista da Visão, a dizer que a dita revista tinha feito um inquérito sobre o entendimento da pobreza, e que ele (jornalista), tinha ficado admirado por mais de 70 % dos portugueses inquiridos entenderem que eram pobres, e que um terço dos inquiridos entender que um rendimento per capita de 5 000 € mensais definia o ordenado de uma pessoa rica, o que ele considerava uma grande surpresa, até porque com esse valor a família deveria ser considerada como classe média!!!

Escusado será dizer que não se fala em classes no referido estudo (!), mas apenas em pobres e ricos. Remediados, assim-assim ou mesmo bem-de-vida, não foram chamados à colação, não vá o dito estudo passar a tornar-se uma coisa séria e lá seria o cabo dos trabalhos.

Sendo do conhecimento geral que mais de 18% da população vivia abaixo do limiar de pobreza em 2006, ou seja, tinham de rendimento menos do que 365 € por adulto, sabendo que cerca de 4,5% dos trabalhadores portugueses estão abrangidos pelo salário mínimo nacional, pertencendo assim bastantes ao universo anterior, não seria difícil concluir que os mais de 70% considerados pobres estariam um pouco inflacionados neste pensar dos inquiridos, uma vez que os que não fossem pobres teriam de ser ricos?

Claro que o jornalista entrevistado não deveria ser especialista nestas coisas de pobreza, pois entender que um rendimento per capita de 5.000 € mensais entra na esfera duma família de rendimento médio, esquecendo que o ordenado do PR é de 7.415,29 € e que um presidente de Câmara com mais de 40.000 eleitores ganha 3.700 €, que o ordenado médio em 2005 na área que melhor pagava era de 1.920,90 €, o que poderá rondar actualmente os 2.022,20 €, e que o ganho médio mensal se situava em 907,34 € (actualmente perto dos 962,00€), não deve estar a ver bem o problema.

Claro, que a Visão fez um péssimo trabalho, pois não tentou fazer um inquérito sobre os rendimentos das diferentes classes de trabalhadores, mas optou pelo caminho mais demagógico de inquirir sobre o que são pobres e o que são ricos, com base em conceitos que não se seguram nem com aquela cola que gruda cientistas ao tecto.

O Zé pagode, alinhou e disse umas patacoadas, e a Visão chama-lhe pomposamente um estudo.

Inquiridos foram 1036 de ambos os sexos e com mais de - pasme-se - 15 ou mais anos de idade...

Nada a estranhar que quer a Visão, quer a SIC-Notícias sejam detidas pelo mesmo grupo económico...


14 janeiro, 2009

As eleições estão aí

Basta ver a animação que vai n' A Baixa do Porto sobre o assunto, para se verificar que, alguns portuenses, e não só - como é hábito dizer-se - já estão a começar as escaramuças.

Pena é que ainda se discutam as virtudes e pecados do Fernando Gomes e do Nuno Cardoso versus Rui Rio.

Penso que esse será o caminho errado para debater a cidade que queremos todos ter.

Falemos antes do que não está feito, do que é urgente fazer-se, do que será necessário e do que será desejável.

É tempo de reflectir e avançar com ideias, sejam elas grandiosas ou insignificantes, simples ou complicadas, mas que tenham algo de positivo.

É tempo de deixarmos de olhar para trás.

13 janeiro, 2009

Não, não foi preguiça

Desta vez foi o monitor que resolveu deitar a focagem fora... Eu ainda pensei que fosse preciso ir ao médico dos olhos, mas desta vez, a vista estava boa, o monitor é que não... e logo depois do Natal.

Eu ainda tentei comprar um dos velhinhos CRT's, mas pelos vistos é coisa que caíu em extinção, e agora só mesmo TFT's panorâmicos...

Lá foi mais uma data de euros só para poder escrever e ler o se vai passando por aí.

Agora tenho brilho demais, largura demais, mas ao menos as letrinhas estão bem feitinhas, espero apenas que dure tanto como o outro, o velhinho, que está ali no chão à espera da carrinha da Câmara para ir para o cemitério do lixo electrónico.

Mas apesar da boniteza deste, já vou tendo saudades das cores do outro.

09 janeiro, 2009

Quatro vidas

O inferno bateu-lhes à porta na madrugada fria.

Pressente-se na notícia que, já em vida, viviam no meio dele, só que com menos chamas.

Um velho, duas crianças e uma mãe jovem, que tinha o seu homem em coma na cama de um hospital.

Aconteceu, pura e simplesmente... de madrugada.

Que descansem em paz.

07 janeiro, 2009

O que para mim é normal

Normal, para mim, é procurar salvar os passageiros quando um barco está em risco de naufrágio e seguidamente, se possível, salvar o barco.

Infelizmente, por esta blogosfera fora, tal como no País, assisto impressionado a uma luta frenética entre os passageiros mais avisados que gastam o seu tempo a tentar atribuir responsabilidades a quem provocou o desastre, e descuram do seu próprio salvamento tal a cegueira em que estão.

Uns atacam o comandante, outros dizem que a culpa é do imediato, outros culpam o clima, outros o construtor, há quem opte por criticar quem estabeleceu as regras de navegação, há pessoal que se amotina e semeia a discórdia entre a tripulação, outros há que procuram aproveitar-se do barulho para surripiar mais um bocado, e os passageiros coitados é que se vão afundando com o barco.

O capitão, por sua vez, queixa-se que os seus antecessores não trataram o barco muito bem, não cuidaram em ter escaleres que levassem toda a gente, que compraram material de salvamento já obsoleto, e que portanto há que arriar os escaleres restantes, mesmo que as pessoas vão um pouco mais apertadas, que o estado do mar não é bom, mas que muita marinhagem é competente e que alguns oficiais sabem o que andam a fazer.

Diz ainda para tentarem tapar os furos no costado, substituir algum cordame podre, deitar fora o que é supérfluo a fim de tornar menor o seu peso, permitindo assim que o barco consiga flutuar mais tempo, e até, sabe-se lá, chegar a bom porto.

Tenho dúvidas que consiga, no meio desta confusão toda, salvar os passageiros e chegar com o barco incólume, mas que já é tempo de largarmos as discussões e passarmos a remar todos para o mesmo lado, não hajam dúvidas, pois isso para mim é que será o normal, mesmo que de vez em quando resmunguemos um pouco.

Citações (XXXIII)

Dá-se geralmente o nome de abuso de autoridade a todos os actos praticados por um governo do qual não fazemos parte.

Pierre Véron

06 janeiro, 2009

É pena

O País está em crise, a Europa também, dos EUA as notícias que chegam são más, há países a falir, outros a morrer à fome, ainda por cima, noutros, matam-se uns aos outros, e, no meio disto tudo, a blogosfera nacional degladia-se sobre a entrevista a um primeiro-ministro de que, pelos vistos, muito poucos gostam mas que, até à presente data, não tem opositores à altura.

05 janeiro, 2009

Citações (XXXII)

A violência faz-se passar sempre por uma contra-violência, quer dizer, por uma resposta à violência alheia

Sartre

A guerra na Palestina

A blogosfera ferve com os piropos entre apoiantes de uns e de outros, todos se achando com a razão do seu lado, mas parece que poucos são os que não dão razão a nenhum dos dois, pois nenhum quer a paz, por muitos e bonitos discursos que se façam em cimeiras, reuniões, manifestações e quejandos.

Os israelitas suportam os árabes porque necessitam deles, e os árabes respondem na mesma moeda. Assim sendo, e não havendo possibilidade de miscigenação por questões religiosas, não haverá hipótese alguma, a curto ou médio prazo, de aparecer um entendimento duradouro, a não ser que os poderosos EUA o queiram, pois são eles os maiores fornecedores de equipamento bélico moderno a Israel.

Estão os EUA interessados nisso? Duvido muito, pois isso afectaria o equilíbrio de poderes na região e para nada teria servido o esforço do Iraque nem a hostilização do Irão e da Síria mais alinhados noutro eixo.

Sendo assim, é aos palestinianos que compete meterem as suas organizações mais extremistas na ordem, e avançarem na direcção de um entendimento com os moderados de Israel, mas com este clima de invasão quem tem vontade de abrir os braços?

Que é que qualquer um de nós faria ao ver a sua casa, ou a sua família destruída por algo que não estivesse ao nosso alcance controlar?

E se pudéssemos ripostar?

04 janeiro, 2009

Citações (XXXI)

No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise

Dante Alighieri

Há mais de três anos

escrevi isto sobre o Porto:

Estou a aprender

Já aprendi que:

- foi daqui que nasceu Portugal;
- somos tripeiros por tradição;
- temos pronúncia do Norte;
- dizem que somos bairristas;
- a Torre dos Clérigos é o nosso ex-libris;
- há eléctricos velhinhos com poucas linhas;
- ainda não é desta que a Avenida da Ponte se arranja;
- perdemos mais tempo a lutar uns contra os outros, do que na defesa da cidade;
- não pagamos portagens para atravessar o rio Douro;
- guardamos religiosamente o coração de um rei agradecido;
- chamam-nos Invicta e Sempre Leal por defendermos o que consideramos justo;
- por cá come-se quase sempre bem e em conta;
- há um aeroporto e um porto de mar fora da cidade.

Em contrapartida, não temos:

- políticos que nos valham;
- rios despoluídos;
- Centro Materno-Infantil;
- mecenato proporcional à fortuna possuída;
- uma rede de transportes modernos, rápidos e pontuais;
- actividade cultural suficiente;
- um canal televisivo que sirva a região;
- um jornal regional dinâmico;
- investidores em quantidade e com qualidade;
- população reivindicativa q.b..

Precisamos de ter urgentemente:

- mais e/ou melhores hospitais;
- escolas modernas e bem equipadas;
- uma aposta forte no turismo;
- mais e melhores museus;
- um aquário municipal;
- mais jardins e janelas mais floridas;
- uma baixa dinamizada e renovada;
- um presidente de Câmara sério, trabalhador, cordato e competente.

Ninguém me ajuda a verificar o que hoje está diferente?

03 janeiro, 2009

O Porto que recordo

Há quem se entretenha a fazer balanços, eu prefiro recordar.

Recordar a cidade que me viu nascer e onde as ruas estavam cheias de gente, quer espreitando as montras com as novidades da estação, quer enchendo os mercados do Bolhão, Bom Sucesso e Foz - os mais afortunados - ou os da Rua Escura, da Ribeira ou da Praça de Lisboa, para aqueles a quem a contabilidade se fazia em tostões e não em escudos.

O Porto dos cafés, com clientela específica - estudantes no Piolho e Aviz, artistas plásticos no S. Lázaro, professores universitários no Progresso, escritores, poetas e pensadores no Majestic, médicos e enfermeiros do Sto. António no S.Paulo, a burguesia de nocturnos hábitos n' A Brasileira, os homens do bilhar no Guarany e Águia D'Ouro, a malta do TEP no Leão D'Ouro, e as muitas tertúlias que se espraiavam pelos muitos outros de cujo nome me recordo ainda, o Rialto, o Rivoli, o Imperial, o Tropical, o Chave D'Ouro, o monumental Palladium, o Pereira, o Ceuta, o Orfeu, o Velasquez e tantos outros, alguns dos quais serviram de cobertura para outras actividades menos edificantes, onde por vezes nas traseiras se jogava forte e feio, ou onde pousavam algumas aves-do-paraíso à procura de freguês mais dedicado à deusa Afrodite.

O Porto dos cinemas e da animação cultural, onde coexistiam salas de espectáculos e grupos amadores, sem que uns ofuscassem os outros, fazendo da cultura um modo de diversão e não uma imposição veiculada pelo ensino oficial ou um bem só destinado aos mais bafejados pela fortuna. Quem não se lembra do grupo d' Os Modestos, do TUP ou doutros mais pequenos que se exibiam nas salas da Cooperativa do Povo Portuense, ou na dos Fenianos, para já não falar no saudoso TEP, exportado para a cidade fronteira por motivos que não estarão ligados à falta de espaço, ou nos abandonados coretos que se vão degradando por essa cidade fora.

Nesse tempo, a música clássica, a ópera, o circo, a revista, o cinema ou o teatro não eram estranhos à população, pois todos tinham o seu espaço onde disfrutar do que gostavam, desde os espectáculos populares no palco do Palácio de Cristal, passando pelos artistas de rua e acabando nos esquecidos robertos e marionetas.

Hoje, todos esses eventos se escondem em privilegiados locais, onde o vulgo receia entrar, e, embora os preços, por vezes, nem sejam exorbitantes, não há espaço que chegue para os poucos que somos.

Recordar o pioneirismo na área dos transportes, com o recurso à energia eléctrica (eléctricos e troleicarros) que foram abandonados em favor de outros mais poluentes, vias férreas que se abandonaram para serem substituídas por camionetas em segunda mão, ou por quilómetros de estradas e auto-estradas caríssimas, alimentadas por montes de folheta onde arriscamos a vida em nome da liberdade individual.

O comércio, pedra de toque da cidade, era a imagem da diversidade, havia de tudo, para todos os gostos e todas as bolsas, gerava empregos, criava bem-estar, dinamizava a economia.

Tanto se podiam comprar umas chancas de madeira, sapatilhas de corda ou botas de pneu como umas sandálias do mais maleável couro, uns sapatos de pele de cobra ou uns sapatos feitos por medida. O mesmo se aplicava a luvas, carteiras, chapéus, casacos, fatos, ferros de engomar, fogões, ceras, louças, mobílias, relógios, jóias, canetas, lápis, cristais, porcas, parafusos, canários, peixes de aquário, sei lá o que mais...

E que dizer das idas ao aquário da Foz, ao Museu Etnográfico, ao pequeno zoo do Palácio, à Feira Popular, ao mini-circuito do Lima, às matinés clássicas do Batalha, ou ao passeio nocturno sanjoanino, cujo circuito para os menos atrevidos - os mais atrevidos íam até às Fontaínhas - ía desde o cruzamento da Alexandre Herculano com a Duque de Loulé-Batalha-Santa Catarina-Formosa-Sá da Bandeira-Sampaio Bruno-Aliados acima-Aliados abaixo-Praça-Clérigos-Leões (os mais valentes seguiam para o Palácio)-Santa Teresa-Fábrica (num dos cafés para descansar as pernas e trincar qualquer coisa) e regresso a penates.

E a indústria? Falar dos automóveis Edfor feitos pela EFI, dos lanifícios em Lordelo do Ouro, dos curtumes no Bessa, da fundição e da cerâmica de Massarelos, das moagens Villares e da Restauração, das fábricas de botóes, de artes gráficas, dos estaleiros, das pescas, do muito que havia e que foi desaparecendo na voragem do tempo e das ilusões.

Este Porto que recordo, muito pouco tem a ver com o Porto actual, e a culpa não é deste nem daquele, é uma culpa colectiva que se distribui um pouco por todos.

O progresso (!) afinal trouxe-nos uma data de presentes envenenados que por força de um unanimismo bacoco e serôdio poderíamos ter evitado por ter visto o que outros já tinham sofrido por fazerem o mesmo.

A televisão matou o cinema, mas matou-o por se ter tornado uma alternativa cómoda e relativamente acessível a todos, mas para isso teve de apresentar bons programas, distribuir cultura, e apresentar soluções, coisa que agora raramente faz, nivelando cada vez mais por baixo.

Os bancos mataram os pequenos consultórios médicos, escritórios de advogados, agentes de seguros, casas de habitação, pequenos cafés e restaurantes, pequeno comércio que ofuscado por dinheiro fácil seguiu em direcção a reformas antecipadas e romagem para as periferias.

Por outro lado, o comércio perdeu o seu fulgor, e praticamente toda a gente vende o mesmo e quem quer algo diferente manda vir de fora, ou vai lá fora buscar.

A indústria, essa, está moribunda, sem saber se há-de tomar o remédio que a cure ou se se deixa morrer lentamente.

Assim a cidade não pode (vai) sobreviver, é preciso urgentemente que algo ou alguém consiga congregar vontades, avançar ideias, escolher um rumo e a seguir solicitar meios.

É no meio das grandes crises que surgem alternativas que potenciam o futuro, vamos a ver se não nos vamos perder em questões acessórias deixando para mais tarde o que é urgente e para isso, continuo a dizer, todos não somos demais.

02 janeiro, 2009

Sarah Chang

Citações (XXX)

Queixam-se muitos de pouco dinheiro, outros de pouca sorte, alguns de pouca memória, nenhum de pouco juízo

Marquês de Maricá

Os queixinhas

Já andam por aí uma data deles a queixarem-se do ano que passou, esquecendo que o que aí vem lhes irá certamente trazer saudades deste pacífico 2008.

O tempo me dará razão.

Espero andar por cá para lho recordar.