31 outubro, 2012

A nova panaceia

Este (des)governo descobriu, agora, que o remédio que irá meter o país nos eixos será um forte corte no social!

Não se sabe muito bem o que será esse corte, nem quem é que irá sofrê-lo, pois no segredo deverá estar a alma do negócio.

Alguns trombeteiros já começaram inclusivé a falar em valores, e um deles, reles economista a soldo, que adora papaguear nos pasquins e televisões até já questionou se será justo alguém que ganhe 2.000 € por mês pagar o mesmo que um detentor do SMN quando recorre ao hospital!

Para além de não saber do que está a falar, pois quem ganha o SMN não paga taxas moderadoras, como proporá o senhor que seja taxado o utente? Como será feita a cobrança do acto médico? E que percentagem pagará? Será então que quem ganhe 2.000 € pagará o mesmo do que os que ganham 4 000 €? E os que ganham 10.000 €? Ainda terão direito a ser atendidos no hospital público?

Então que dizer na educação? Iremos passar a cobrar propinas de acordo com o IRS/IRC? Haverá quem fique isento? E porque não privatizar o ensino na sua totalidade e dar cheques ensino a quem fosse estudar e não tivesse meios? De uma assentada acabavam-se com os gastos na manutenção das escolas, o ministério da educação passaria à categoria de subsecretaria de estado e os professores passavam todos para o ensino privado! Como o estado pouparia...

De caminho, em vez de pagar pensões de miséria, talvez dar uns valezinhos para o óleo (pois azeite só para ricos), para a margarina, arroz, massa e batatas. Umas senhas para a carne e o peixe e um pacote de maizena para o creme aos domingos.

O mesmo se faria para os desempregados, que se colocariam em IPSS's a fazer o servicinho, ou a cortar a relva nos jardins públicos, a fazer segurança em museus e bibliotecas, como tarefeiros nos hospitais ou guias turísticos nos postos de turismo. No fim opagavam-lhes em senhas.

Ah! Não esquecer do chequezinho para a renda que seria dado parcimoniosamente a quem tivesse casinha modesta e pequenina, pois os restantes que não fossem pobrezinho e humildes que se desenrascassem, pois não podia andar o pessoal a pagar os impostos para sustentar maus hábitos.

Não sei porquê, mas dá-me a impressão que há por aí muita gente com vontade de ter os pobrezinhos outra vez à porta, humildes, rotinhos, de chapéu na mão, para depois deixar cair uns cêntimos nas mãos estendidas e despedir-se com um:

- Não se esqueça de o ir gastar todo em vinho e cigarros!


30 outubro, 2012

Animal farm

Na Quinta, todos os animais são iguais, mas há uns mais iguais do que outros.

Talvez por isso a preocupação do (des)governo seja o de deixar alguns reformados gozar de todos os seus privilégios enquanto, de "justiça" a tiracolo, vai sugando os restantes até ao tutano.

Razões para a diferença? Eu não a encontro mas que desconfio qual seja, desconfio.

Cai o pano

Finalmente, o chefe (!) deste (des)governo começou a tirar a fantasia que envergou já há muito tempo e que o faz aparecer como um social-democrata.
Finalmente, começa a emergir o rosto da mais violenta perseguição aos estratos mais débeis da nossa sociedade.
Finalmente, podem os louvaminheiros e apoiantes identificar-se com este bafiento lote de adeptos do mais abjecto projeto de tomada do poder.
Os meninos da esquerda caviar, os embotados stalinistas da velha guarda, os ingénuos democratas liberais podem agora envergonhar-se do apoio que não lhes negaram mesmo com as evidências que lhes eram diariamente apontadas.
Com o proverbial descaramento que só a velhacaria é capaz de permitir, fazem agora apelos à uniao e apoio a quem atiraram os cães e maltrataram de forma vergonhosa, não lhes pedindo opinião fosse para o que fosse e achincalhando qualquer proposta que lhes fosse presente.
Neste momento, nós, o povo que tem de pagar as diabruras deste lote de ineptos que alguém muito laboriosamente alcandorou ao pote, teremos uma palavra a dizer ou vamos ficar, mais uma vez, de braços cruzados à espera de um qualquer D. Sebastião providencial?
Agora que o pano caiu sobre a pobre tragicomédia que tem levado à cena, é tempo que toque a música e que o elenco seja posto no olho da rua, por má qualidade da representação.

29 outubro, 2012

Falar sempre, mesmo que não seja verdade

De passagem pelo Aventar, deparo-me com este post do João Cardoso sobre uma notícia do Público.

Interessante verificar que Roberto Carneiro, a acreditar no que o Público publicou aqui, ou enganou-se na afirmação, ou então estará a mentir deliberadamente.

Será curioso saber quem é que terá razão.

O nosso primeiro falou!

E, como de costume, quando fala, abre a boca, o que possibilita sempre a possibilidade de entrar mosca ou sair asneira.
Como não se engasgou, certamente não entrou mosca, mas saiu-lhe a refundação do memorando do entendimento!
E que é que será essa refundação, onde quer contar com o PS, partido a que não tem passado cavaco (passe a interessante homofonia) a não ser para o achincalhar ou acusar de dolo e má-fé?
Pelos vistos ninguém sabe.
Dá a entender que é uma reforma do estado, seja lá o que é que ele entende por isso, alegando para tal que "...o Estado só deve fazer aquilo que faz bem, e deve fazer muito melhor aquilo que não pode deixar de fazer...".
Ora, não sabendo ninguém o que é que ele considera que o Estado faz bem e muito menos o que é que ele (Estado) não pode deixar de fazer,  seria curial que o esclarecimento viesse rápido.
Estou em crer que ele apenas quererá ver o Estado cobrar impostos, taxas e quejandos, manter a ordem pública, ter umas forças armadas para mostrar aos amigos e representar o País nos areópagos internacionais, tudo o resto deverá ser privatizado, pois são bem conhecidas as críticas ao SNS, à dimensão da escola pública, à universalidade da proteção social, à dinamização económica, só para elencar estes quatro.
As privatizações em massa andam por aí, desde as águas, aos portos e aeroportos, passando pelo  espaço aéreo, a que se seguirão sem dúvida a orla costeira, as bacias hidrográficas, a totalidade da rede energética, as vias de comunicação, os transportes, a que se seguirá a segurança social, e a cereja em cima do bolo que é o desmantelamento do SNS.
Cada governo estabelece as leis conforme a sua conveniência. 
Já se viu que a conveniência deste governo é dar uma oportunidade aos poderosos à custa dos mais fracos.
A partir daí, não será difícil concluir que esta refundação não é a do memorando mas a de todo o País, deixando a democracia passar a ser uma figura de estilo em vez de ser uma maneira de governar.

24 outubro, 2012

Estou farto...

... das aldrabices que diariamente nos são impingidas como se fossem verdades;
... de ver o desemprego a aumentar;
... de assitir à emigração forçada de milhares de jovens;
... de ver os reformados e pensionistas serem roubados por quem tinha obrigação de os proteger;
... de ver os funcionários públicos a serem acusados de tudo e mais alguma coisa;
... de ver o ensino a degradar-se nas escolas públicas;
... de assitir à degradação do SNS;
... de ver os ziguezagues na justiça;
... de ver os (donos dos) bancos a engordar enquanto o país emagrece;
... de ver os de cima cada vez melhor à custa dos de baixo, que cada vez estão pior;
... de ver classes que passam incólumes na enxurrada;
... de assistir ao extermínio da classe média;
... da dança dos preços dos combustíveis;
... das poupanças no essencial e os contínuos gastos no supérfluo;
... da politiquice interesseira e comezinha;
... de jornais que são plataformas de propaganda e em vez de informar, desinformam;
... de jornalistas a soldo de interesses que julgam serem os seus;
... de ministros que não sabem o que fazem;
... de um (des)governo que não acerta uma;
... de uma "troika" que se borrifa em todos;
... de um pm que não sabe o que é reserva da intimidade e que entende que gostos são mais do que prazeres;
... de uma oposição que o não sabe ser;
... de sindicatos que preferiram deixara de defender o interesse dos trabalhadores e passartam a servir agendas partidárias;
... de uma sociedade masoquista;
... de um  presidente silencioso que comunica via Facebook;

21 outubro, 2012

Francamente!

Francamente não sei se esta notícia veiculada pelo I é verdadeira, mas sendo-o, questiono-me que raio de governo é que eu tenho, que castiga o populacho com medidas draconianas enquanto esbanja em juros de dinheiro que não utiliza de empréstimos estrangeiros!
Qual será a explicação que esse inteligente Gaspar terá para nos dar sobre este tipo de utilização dos dinheiros públicos?
Será esta a gestão rigorosa e eficiente que nos prometeram?
Será esta a maneira de acautelar os superiores interesses do país que dizem governar?
Mas que raio de governação é esta?
E que estranho silêncio é este que nos incomoda tanto?
Francamente!

20 outubro, 2012

Mas admiram-se, porquê?

Há por aí uma data de gente a admirar-se das declarações do nosso (salvo seja, t'arrenego!) Passos Coelho, em Bucareste!
Mas admirar-se-ão porquê, e de quê?
Já não se sabia que o miúdo não sabe nadar, yo!?
Que quando abre a boca, se não entra mosca, o mais certo é sair asneira?
Que alguém lhe escreve os discursos e ele nem sempre entende o que lê?
De ele andar feliz e contente com as historinhas que lhe conta o Gaspar?
Da sua incapacidade para gerir um partido, um governo ou um país?
Da sua impreparação habitual que tenta colmatar com desastradas intervenções ou da triste ajuda do Caçola?
Da sua subserviência à troika?
Da sua falta de decoro?
Da sua falta de sentido de estado?
Da seu precário juízo de avaliação?
Das suas birras?

Manuel António Pina



Já tinha estranhado, pois as suas crónicas tinham desaparecido, e, geralmente, estes silêncios raramente prenunciam algo de bom.
A notícia, triste, chegou.
Aos 68 anos morreu!
Mais uma voz incómoda que desaparece. Os que mais necessitam e a liberdade estão hoje mais pobres.
Que descanse em paz e que o seu exemplo frutifique.

O Medo 

 

Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente

quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz

de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?


Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"

19 outubro, 2012

Quem nos acode?

Não será novidade para ninguém afirmar que o país está de pantanas!

Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, diz-nos a sabedoria popular, mas não é razão que se procura, mas apenas um pouco mais de respeito, por este povo que por aqui anda há mais de oito séculos e que se espera que continue a andar.

O coro dos protestos alterou a sua voz quando viu que as mordidelas não se ficavam apenas pelos funcionários públicos, reformados, pensionistas, desempregados e dependentes do RSI. Logo que a austeridade lhes bateu à porta - estou a falar da classe média que escreve nos jornais, que dá palpites nas mesas redondas, que até tem mais de uma casita e um carrito, que manda os filhos estudar nos privados, que não anda pelos postos da "caixa", que tem canudo e vai ao cinema, etc. - desatou aos berros de que a estavam a roubar!

Ainda bem que assim foi, pois parecia que este país já se tinha esquecido que havia outros portugueses, que até podiam ser seus vizinhos, e que há muito se debatem com dificuldades porque uma qualquer pandilha decidiu que seriam eles a pagar a crise que não existia!

No rescaldo do PEC IV, de triste memória, chumbado porque o BE clamava pela boca do Pureza, que "não é por se abrir uma crise política que o FMI virá", enquanto o PCP, pela voz de Honório Novo afirmava que "O Fundo Monetário Internacional [FMI] já cá está pela vossa mão [do Governo], pela mão dos três PECs anteriores. (...) Confirma-se aqui tudo o que o PCP disse há uma semana (...) afinal o Fundo Europeu de Estabilidade tem o FMI por trás. É o FMI que dita as regras, as análises, que decide e que também financia. O PEC IV é o PEC do FMI", por seu lado, o PSD através de Ferreira Leite afirmava "Neste momento este Governo não toma medidas que conduzam à melhoria dos mercados. O problema que está em causa é a confiança deste Governo. As mesmas medidas com outro Governo teriam outra reacção dos mercados", e o CDS, via Paulo Portas criticava "Hoje este Parlamento não debate o PEC IV. Debate o que resta de um PEC IV que está negociado e comprometido em Bruxelas. Este Governo colocou o País a ser governado por credores.", vê-se agora bem a razão que lhes assistia. Então não está mesmo à frente dos nossos olhos?!!

O FMI veio contra a opinião do BE, afinal o PEC IV não era o PEC do FMI como afirmava o PCP, o governo que veio a seguir não teve melhor reação dos mercados como dizia o PSD, nem o governo tinha então colocado o país sob a bota dos credores como afimava o CDS!

De mentira em mentira, chegamos ao caos que todos sentimos hoje na pele, amanhã será pior!

No rescaldo de tudo isto, com um governo desnorteado e com graves dissenssões internas, com uma oposição presa da "sua culpa", com um presidente da república enredado nas sua próprias manobras, com um coro de protestos mas sem soluções à vista, restar-nos-á gritar:

- Quem nos acode?

16 outubro, 2012

30 anos


Saudade de Adriano

... o vento cala a desgraça 
o vento nada me diz...

...

há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não

13 outubro, 2012

12 outubro, 2012

Trabalho socialmente útil!

O que será trabalho socialmente útil, que em simultâneo não seja uma qualquer atividade que integre o âmbito de conteúdo funcional dos lugares previstos no quadro de pessoal de uma determinada instituição ou organismo e que não esteja a coberto de um qualquer contrato coletivo de trabalho?
E que atividades serão essas que necessitam de habilitações escolares, qualificações e até experiência profissional(!) da parte dos envolvidos?
E porque é que poderão ser candidatas a esse tipo de prestação de trabalho instituições privadas?
Não andará por aqui escondido gatarrão com rabo de fora?

Compilação

Via CC, esta espantosa compilação da Fernanda Câncio.

Adaptação poética

Primeiro vieram sacar aos funcionários públicos
e eu não disse nada
porque não era funcionário público.
Então vieram sacar aos pensionistas
e eu não disse nada porque não era pensionista.
De igual modo vieram sacar aos reformados
e eu não disse nada porque não era reformado.
Depois sacaram uma taxa no subsídio de Natal aos empregados
e eu não dise nada porque não era empregado.
Agora vieram sacar-me a guita a mim
eh! lá, o malta, todos p'ra rua protestar, porra!

Porque se cala?

Será que o presidente da república sofre de algum mal desconhecido que o leva a esquecer os discursos proferidos em que afirmava que já estavamos demasiado sacrificados?
Será que também ele, como aliás outros economistas, se confundiu e errou na apreciação de uma crise que apelidavam de "passageira"?
Será que ainda não deu pelo erro e entende que o silêncio é a melhor atitude?
E que tal apresentar umas desculpazinhas...

Será a Madeira portuguesa?

Mais uma vez, a Madeira, é notícia pelos maus motivos. Desta feita, parece que afinal o programa de emagrecimento que acordou com o governo da república marca passo e a troika já fez barulho!
Claro que isto não é relevante para a maioria dos jornais, até porque estamos a falar de uma região que passou de jardim a laranjal.

11 outubro, 2012

Manoel de Oliveira

Oportuno, sem dúvida, o seu Gebo e a Sombra que nos faz recordar Raul Brandão.

Futurologia (IV)

Novas Oportunidades


Mais um tiro no pé?

O Pedro Lains dá-nos este Obviamente, que embora não tendo o demito-o a acompanhar poderia tê-lo.

Estaremos perdidos?

Começam a ouvir-se aqui e ali algumas vozes discordantes sobre os remédios que temos sido obrigados a tomar para (dizem) virmos a ser felizes.
Mas afinal quem é que irá ressarcir os europeus destes anos malditos da austeridade custe o que custar em nome de modelos que, segundo afirmavam, ir-nos-iam levar a um novo tempo de vacas gordas?
A sra. Lagarde já começa a dizer que afinal, nós, os gregos e os espanhóis terão de ter mais tempo para atingir as metas que nos foram impostas.
Mas onde estará a novidade?
Há muito que muita gente vem criticando esta austeridade que, visivelmente, está a destruir economias e países a uma velocidade impressionante, tendo os nossos economistas liberais abanado a cabeça negativamente acusando-nos de termos vivido para além das nossas posses!
E quem é que viveu para além das suas posses?
Terão sido os 10,5% dos portugueses que ganham o salário mínimo nacional? Serão os muitos milhares de pensionistas e reformados com pensões de miséria (85 % com pensões inferiores ao salário mínimo nacional) que se arrastam abaixo do limiar da pobreza? Terão sido os mais de 100.000 desempregados com mais de 50 anos de idade? Serão aquela mole imensa de portugueses que correm às promoções dos supermercados e se atropelam nas muitas filas à porta das IPSS's? Serão ainda os que definham nos lares de idosos à espera da derradeira viagem?
Que discurso é esse que, em vez de assinalar os desvios da riqueza para benefício de uma oligarquia dominante, apouca apenas o rebanho que os sustenta?
Numa invulgar concertação de esforços, políticos e oligarcas recentemente deram as mãos para atirar o povo e a incipiente classe média de regresso à selva da sobrevivência diária.
Atirou-se, não com um povo, mas com uma parte da europa de cangalhas para benefício de quem?
O (des)governo que foi eleito cá na terra mostra que não sabe o que faz, não sabe para onde quer ir, nem tampouco sabe como há-de ir para o local do piquenique.
A oposição perdeu o norte, o mapa que tem está desatualizado e não há agulha de marear disponível no mercado.
Será que desta vez estamos mesmo perdidos?

Negócos do laranjal

O Público continua com a saga da Tecnoforma, empresa que teve como consultor e gestor o nosso primeiro-ministro.
Lida a notícia, verifica-se a excelência da gestão da dita empresa, a magnífica prestação de serviços efetuada e uma nova maneira de aceder aos dinheiros públicos.
Está lá tudo.
Assim se vai sabendo para que serviam os Euros que vinham da Europa e a boa aplicação que por cá se fazia deles.

Igualdade?!

Numa Europa que se quer cada vez mais igual, e onde os nossos liberais gostam de ir buscar inspiração quando se trata de feriados, horários de trabalho, tsu's e quejandos, porque é que não os  ouvimos agora a falar quando Mário Monti baixa os impostos de quem ganha até 28.000 €/ano?
Será que esta igualdade já não lhes interessa comentar, ou entendem também que os ricos por cá começam nos que ganham o SMN ou que trabalham 35h/semana.

09 outubro, 2012

Desculpem lá o incómodo

É preciso ter lata!
O FMI, pede desculpa pois enganou-se nas contas, afinal, por cada euro de austeridade a economia arrefece entre 40 a 80 % mais do que tinham inicialmente previsto!
Aqueles pobres economistas e gestores, pagos a peso de ouro e comandados pela D. Lagarde afinal, parece que fazem contas à merceeiro, isto sem desprimor para os merceeiros que ainda sabem fazer contas.
E agora como é?
Vão restituir-nos o que perdemos?
Vão devolver-nos o emprego?
Vão-nos devolver os juros?
Vão indemnizar o país?
Ou, como de costume, vão passar pelo meio das tempestade que criaram com um sorriso nos lábios e milhões nas algibeiras?
E o governo portugês?
Permanece manso?
E a Europa, continua calada?

O discurso da treta

Volta meia volta, quando se fala na estrutura da depesa pública, os economistas adoram referir que os custos com os vencimentos mais as prestações sociais rondam os 80 % do total da despesa.
As pessoas, coitadas, ao ouvirem isto, arrepelam os cabelos e estão prontas a deixar despedir os funcionários públicos, e que lhes seja cortado na saúde, nos subsídios diversos, sabe-se bem lá o que mais ainda.
Aqui chegados, perguntamo-nos para que servirá o estado?!
Para que servirão os impostos?
Então não é para sustentar um SNS de qualidade, proteger a população no desemprego e na velhice, cuidar da formação/educação dos portugueses, acautelar a proteção de pessoas e bens, manter  as infraestruturas necessárias ao bem estar das populações?
Mas não são as prestações sociais que pagam as escolas, os hospitais, as pensões de reforma e sobrevivência, os subsídios de desemprego, os abonos de família, etc.
Claro que as despesas com pessoal, que orçaram em 2009 mais de dezoito milhões de euros e que foram cerca de 25% da receita total, até poderão estar ligeiramente acima da média, mas que dizer das despesas sociais?
Será que num período de forte contração económica queremos cortes nelas?
E já agora, porque é que os ditos economistas que tanto se escandalizam com as despesas não falam na roubalheira dos juros a mais de 3% que nos são levados pelos credores, quando os mesmos credores não se importam de emprestar a quem mais tem a 0%!?
Ter-se-ão esquecido que os juros a pagar serviriam para pagar mais de um terço do total dos vencimentos da função pública?
Então porque é que o enfoque fica nos vencimentos + prestações sociais, parecendo que para além disto, e num período de crise há muito mais onde gastar!
E para os que defendem os despedimentos na função pública!
Quanto custaria mandar para casa os funcionários públicos e pagar-lhes sem produzir?

06 outubro, 2012

Os novos milionários

Diz-nos o Correio da Manhã, logo na primeira página!
É vê-los por aí, vaidosos, radiantes com o seu novo vencimento de 2.000 € mensais!
Finalmente, que desafogo.
Depois de deduzidos os descontos, olha extasiado para a fortuna que tem nas mãos, que dificilmente chegará aos 1.500,00 €, e, sente-se um priveligiado!
1.500,00 €!
50,00 € por dia em boa parte do ano, noutra não chegará aos 48,40 € e no fabuloso mês de Fevereiro mais de 53,50 € por dia! 
Reis, está-se mesmo a ver!
Telefonam logo para o "stand" mais próximo e encomendam o Ferrari dos seus sonhos (204 salários), o Porsche à medida (130 salários), um clássico Mercedes (107 salários), um modesto Jaguar ou um burguês BMW (90 salários). Afinal, se são milionários...
Claro, que se tiverem em linha de conta que terão de gastar obrigatoriamente na alimentação e higiene cerca de 160,00 €, em água, gás e eletricidade mais 60,00 €, mais 40,00 € para os transportes, renda de casa/prestação levarão cerca de mais 300,00 €, a contita da farmácia, pois não chegamos a milionários sem aspirinas, xaropes p/ a tosse, antiácidos, vitaminas, calmantes, analgésicos, eu sei lá, m ais uns 50,00 €...e os sonhos vão ficando mais distantes.
E que dizer do seu "status" milionário que os leva a ter telemóvel, televisão por cabo,  ida ao ginásio, um copito ao fim de semana, a internet, o desporto ao ar livre, etc.
Depois há ainda que juntar a prestação do carrito, a roupita que se gasta, o sapatito que vai cambando, o eletrodoméstico que avaria, a lâmpada que se funde, o vício da bica e do cigarrito, uma fugida para ver o "glorioso", o jornaleco ao fim de semana, enfim, um mar de pequenas coisas que são a argamassa que une e prolonga a sua existência.
De repente, olham para o saldo da conta e verificam que já é só a centena a medida expressiva da sua saúde financeira e ainda terão de se precaver, pois um destes dias irá por aí a chegar o IMI, o IRS, o selo,  seguro e inspeção da "voiture", a talhada dos seguros da casa e agora, pasme-se, o Gaspar com mais um cortezito porque passaram agora a ser milionários!
Claro que quem decide estas coisas é gente que ganha muito mais do dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo e por aí fora; que tem mais de uma ocupação; que se senta em comissões onde se pagam senhas de presença; que dão pareceres milionários; que mamam, não a dois carrinhos, mas a uma frota interira; que come à mesa do OE que eles sustentam; que acumulam reformas como eles dores de cabeça; que dão palpites em orçamentos alheios quando não cuidam sequer dos próprios.
Este é o mundo dos nossos novos milionários.
Mais palavras para quê?

05 outubro, 2012

Yo no creo en las brujas...

pero que las hay, hay! (El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha, Cervantes)


Segundo a tradição, hastear uma bandeira de cabeça para baixo significa a rendição perante uma força estrangeira e/ou um pedido de auxílio urgente.

Vimos hoje, o presidente da república, sem pestanejar e sem interromper o cerimonial fazê-lo!
Vimos também, as autoridades que por perto estavam a não mexer uma palha para evitar o gesto!
Foi intencional?
Foi premeditado?
É um pedido de auxílio ou uma rendição?

04 outubro, 2012

Será verdade?


e o Ministério Público, vai averiguar e levar os ladrões a julgamento?

Triste parlamento

Um parlamento, onde um refinado incompetente insulta parlamentares, com o beneplácito duma omissa presidente e o silêncio da maioria par(a)lamentar.
Um parlamento, onde o (des)governo ao invés de responder prefere a já cansativa cassete pirata de  que a culpa foi dos outros.
Um parlamento onde um pobre troca-tintas transvestido em deputado se insurge contra o direito à greve. 
Um parlamento onde há uma deputada que afirma que os parlamentares são pagos pela "troika" sem ser alvo de vaia monumental. 
Um parlamento que deixa que o (des)governo oriente os trabalhos sem levantar grandes questões, é um parlamento triste!
Será este o parlamento que todos nós queríamos ter e onde nos sentimos representados?

03 outubro, 2012

Aldrabices

Primeiro era a TSU, tirava-se aos assalariados para dar aos patrões, ou como dizem os mais alaranjados, *as empresas, como se as empresas não pertencessem a empresários e que esses empresários não sejam patrões!
Se calhar até terão razão, pois para ser patrão é preciso sabê-lo ser, e há por aí muito empresário que nada faz para além de explorar o próximo, mas adiante.
Desse fabuloso "negócio", tirava-se a uns (muitos) 2,7 mil milhões e dava-se a outros (muito poucos) 2,2 mil milhões e no fim ainda sobravam uns 500 milhões para o Gaspar abater ao défice.
A coisa foi ao ar, e de má cara, o (des)governo, agora, vem dizer que por causa disso, e da famosa boa recuperação que está a ser feita para fixar o défice em 4,5%, vamos ficar com um défice de 5% (hipotéticos) pois há por aí receitas extraordinárias a que se junta ainda uma grossa fatia de um mês de ordenado roubado aos funcionários públicos, reformados e pensionistas.
Mas não satisfeito com isso, vem dizer que temos de tomar uma dose mortal de veneno para quê?
Para substituir os 500 milhões que se perderam no negócio da TSU!?
A tal que ía fabricar empregos à velocidade da luz!
Mas estes fulanos estão a tentar enfiar o barrete a quem?
E a malta come?

Tribunal de contas!

O porta-voz do CDS, tao atrapalhado estava, que ao pretender justificar mais esta mão cheia de austeridade (para os mesmos), até afirmou que esta nova dose é fruto do parecer do Tribunal de Contas (!).

Futurologia (III)


TAXI


01 outubro, 2012

Podia repetir s.f.f.

Esta notícia do Público não carecerá de uma explicação bem fundamentada?
Alguém me explica como é que o desconto nas SCUT's não tem impacto no OE?!
Então as SCUT's não são um cancro para o OE, e a sua negociação não atenuou apenas levemente os graves prejuízos que dão?
Como é que o Secretário de Estado ao ir buscar às poupanças geradas pela negociação, segundo ele, as verbas que vão deixar de ser recebidas, faz com que esse dinheiro não afete o OE?
Mas que contas de merceeiro serão essas?